terça-feira, 3 de outubro de 2017

SALÁRIOS DE CERCA DE QUATRO MIL PROFESSORES DA GUINÉ-BISSAU BLOQUEADOS

Os salários de setembro de cerca de 4.000 professores da Guiné-Bissau permanecem bloqueados pelo Ministério das Finanças, alertou hoje o porta-voz dos professores das escolas públicas guineense, Mário da Costa.

Mário da Costa disse à Lusa que não tem todos os elementos sobre a decisão, mas acredita que estará relacionada com a alegação pelas Finanças de irregularidades no processo de inscrição de alguns funcionários no ato do cadastro.

"Dizem-nos agora que temos que entregar cópias autenticadas do certificado de habilitações literárias, do Bilhete de Identidade e do Numero de Identificação Fiscal, mas já entregamos todos esses documentos", afirmou Mário da Costa.


O responsável disse que "não faz sentido" a alegação de irregularidade dos cerca de quatro mil professores, até porque, afirma, alguns são docentes que já estão no sistema há muitos anos e sempre receberam salário.

Mário da Costa alertou que se a situação não for resolvida o ano letivo, que deveria iniciar oficialmente hoje, terá problemas, na medida em que, disse, nenhum dos cerca de quatro mil professores vão dar aulas enquanto não receberem o salário em falta.

Caso o Sinaprof e o Sindeprof não tomem uma "posição clara" sobre o bloqueio do salário dos cerca de quatro mil professores, Mário da Costa admitiu uma manifestação de rua entre várias ações de protestos.

Contactada pela Lusa, fonte do Ministério das Finanças indicou que "as irregularidades abrangem muitos funcionários", mas que podem ser resolvidas junto de cada ministério.

A fonte admitiu que cerca de sete mil funcionários estariam com "situações pendentes" decorrentes de "falhas durante o recenseamento" no banco de dados da Função Pública, dos quais, frisou, cerca de dois a três mil já foram resolvidas.

Em setembro, o ministro das Finanças da Guiné-Bissau, João Fadiá, explicou que a regularização da base de dados dos funcionários públicos afetou o pagamento dos salários de setembro, tendo afirmado que a situação ficaria resolvida até ao final do mês de setembro.

Fonte: Lusa, em DN