Pelo
menos três mendigos idosos morrem por semana na cidade de Quelimane, província
da Zambézia, centro de Moçambique. Corpos acumulam-se nos necrotérios sem que
parentes e familiares os reivindiquem.
Todos
os dias, crianças e idosos percorrem longas distâncias para pedir esmola nas
principais avenidas da cidade de Quelimane, capital da Zambézia. O fluxo
aumenta principalmente nas sextas-feiras, quando concentram-se em frente a
mesquitas e padarias para receberem algo para comer.
Muitos
dos pedintes são pessoas com mais de 60 anos, oriundas de diversas áreas da
província, fato que chama atenção de setores da assistência social dos
municípios maiores.
O
ingresso de idosos na mendicância é um fenômeno que tem crescido na Zambézia.
Muitos são expulsos de suas próprias residências por familiares, acusados de
feitiçaria.
Desamparados
e, muitas vezes, vítimas de maus tratos, são obrigados a se deslocar até os
principais centros urbanos para tentar sobreviver da caridade da população.
Moisés
Caetado, chefe de departamento da Ação Social na Direção Provincial da Mulher e
da Ação Social na Zambézia, considera a situação preocupante:
"É
realmente muito triste essa situação de idosos que aparecem no centro da
cidade, em situação de emergência, porque nem tiveram tempo de carregar a sua
própria roupa para poderem se retirar da residência habitual a procura de
apoio."
Por
outro lado a mendicidade cresce a um ritmo assustador na Zambézia por causa da
pobreza. DW - Oiça