quarta-feira, 4 de junho de 2014

EGÍTO: OS DESAFIOS DO NOVO PRESIDENTE, ABDEL FATTAH AL-SISI


Os desafios do novo presidente egípcio
Milhares de pessoas estiveram na Praça Tahrir, coração simbólico das revoltas anti- Mubarak, para celebrar a proclamação da vitória esmagadora de Abdel Fattah al-Sisi .
O ex-chefe das Forças Armadas, com 59 anos, obteve 97% dos votos nas eleições presidenciais. Uma percentagem ilusória que resultou de 50% de participação, muito aquém dos 80% de votos pedidos ao eleitorado.
O novo presidente enfrenta, agora, enormes desafios. Com uma população de 82 milhões de pessoas e um PIB de 192 mil milhões de euros, Egito é a terceira maior economia do mundo árabe (depois da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos). Mesmo assim, a taxa de desemprego manteve-se inalterada no primeiro trimestre deste ano, nos 13,4% (dos quais 70% são jovens) .
Além disso cerca de um quarto da população vive abaixo do limiar da pobreza, com menos de um euro e meio por dia.
Apesar do dinheiro que vem do Golfo e dos EUA, a economia egípcia não evolui.
O turismo, um dos pilares económicos, que respresenta mais de 11 % do PIB, ainda está longe de recuperar. Além disso, o país enfrenta apagões regulares devido ao aumento do consumo de electricidade (8% ao ano), o crescimento demográfico e a escassez energética. A escassez de gás e petróleo é agravada pela estagnação da produção interna, pela falta de investimento e manutenção das infraestruturas, para além da instabilidade política.

Al-Sisi, que se apresentou como garante da ordem, sabe que não vai ter tarefas fáceis. Terá que lidar com os opositores – quase metade do país – que ainda apoiam Mohamed Morsi, o primeiro presidente eleito livremente no Egito, que foi deposto pelo exército em junho passado.
No entanto, o novo presidente pode contar com a enorme sede de estabilidade dos egípcios, depois de três anos de agitação. 
Desde o início da revolução, o que foi exigido na Praça Tahrir foi liberdade e justiça social. Mas, até agora, nenhum político respondeu à exigência. euronews