O antigo ministro francês dos negócios estrangeiros Bernard
Kouchner(na foto) e antigo ministro da defesa, François Léotard, vão debater pela
primeira vez o papel da França no Ruanda durante o genocídio dos Tutsis, soube “Jeune
Afrique”. O encontro entre os dois homens com visões diametralmente opostas terá
lugar em Paris a 30 de junho numa conferência organizada no Sénat(senado) por
associação RBF FRANCE-Forum da Memória.
Um debate que promete ser intenso, já que estes dois
políticos encarnam perfeitamente as clivagens sobre a política francesa no
Ruanda. Por um lado, o ex-presidente da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF),
Bernard Kouchner, que é, no seio da classe política francesa, uma das vozes
mais críticas sobre o papel de Paris, no Ruanda, em 1994. Ministro dos negócios
Estrangeiros de 2007 a 2010, foi um dos principais obreiros de aproximação
entre o Ruanda de Paul Kagame e a França de Nicolas Sarkozy. Em 2009, enquanto esteve
no cargo no Quai d'Orsay, as relações diplomáticas entre os dois países foram
restauradas após três anos de ruptura. Em 2010, Sarkozy fez uma visita
histórica a Kigali antes que Kagame fosse a Paris.
Perante esta situação, François Leotard. Ministro da
Defesa de 1993 a 1995, supervisionou - entre outros - a controversa operação turquesa
"militar-humanitária". Apesar de ter menos condições que Hubert
Vedrine ou Alain Juppé na defesa pública da atitude de Paris na época, nunca
deixou de defender o papel do exército francês. Em entrevista ao semanário
francês Journal du Dimanche, publicado 07 de Abril último, em plena polémica
Franco-Ruandês, quando as comemorações do vigésimo aniversário do genocídio iniciaram,
repetiu "não devemos nada ou não erramos para pedir desculpa Sr. Kagame."