quinta-feira, 5 de junho de 2014

INDIFERENTE A INDIGNAÇÃO GERAL, TRÁFICO DE MADEIRA PROSSEGUE NA GUINÉ-BISSAU

Bissau, 05 Mai 14 (ANG) -Quatrocentos Contentores da madeira saíram nos últimos tempos no porto de Bissau, apesar das denuncias e do manifesto entregue as autoridades nacionais e internacionais, exigindo o termo imediato do negócio ilegal deste produto na Guiné-Bissau.

Diante desta realidade tão avassaladora para a conservação da biodiversidade, o Representante da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) denunciou que contentores repletos de madeira continuam a sair do porto de Bissau para o estrangeiro.

“Isso porque, em princípio, a voz do comando do Estado, que tem o papel de controlar as leis, não existe”, deplorou Nelson Dias.

O representante da UICN acrescentou que apesar das denúncias e revolta das populações, dezenas de contentores estariam a sair das matas e, o mais grave, é que as próprias comunidades onde os toros são abatidos não ganham nada com o negócio.

“A população não ganha nada com este negócio. Quem participa no abate da árvore na tabanca ganha mil franco por árvore, e como cada contentor leva 95 troncos de árvores, então são 95 mil francos CFA por pessoa, enquanto depois o valor do contentor varia entre 10 às 12 milhões de francos CFA”, explicou Nelson Dias.

Este responsável ambiental indicou que existe uma lei florestal aprovada na Assembleia Nacional Popular e que proíbe a devastação da floresta, mas que não é cumprida no país.

Criticou a Direcção-Geral da Floresta pelo facto desta limitar apenas a passar licenças as pessoas que as solicitam, mesmo quando estas usam falsos pretextos como uso do terreno para a agricultura, quando na verdade o que a pessoa pretende é cortar as árvores que estão no local.

“As consequências desta devastação serão de todos os guineenses”, advertiu a concluir.

De acordo com estudos efectuados por peritos, plantar uma árvore de pau-de-sangue até chegar a sua fase de exploração leva no mínimo 50 anos.

Fonte: ANG/LPG

O filho de ex-gerente de bar, JOMAV, é um dos traficantes de madeira na Guiné-Bissau.