sexta-feira, 6 de junho de 2014

O DIA MAIS LONGO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


Seis de Junho de 1944, a Europa assiste ao início do fim da Segunda Guerra Mundial com o desembarque da maior frota militar anfíbia de sempre nas costas da Normandia.
França encontra-se ocupada pelo exército nazi há quatro anos e cerca de 160 mil soldados das forças aliadas e mais de sete mil embarcações participam na chamada “operação Neptuno”.
Uma ofensiva inesperada para os alemães, que confundidos por informações falsas enviadas por uma célula especial de contra-espionagem, baseada no Reino Unido, pensam tratar-se apenas de uma manobra de diversão.
A operação inicia-se às primeiras horas da madrugada com a largada de mais de uma centena de paraquedistas britânicos para garantir a segurança da ponte de Benouville, estratégica para a continuação da operação.
Horas depois, as primeiras embarcações chegam a uma costa da Normandia dividida em cinco praias com os nomes de código: Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword, repartidas entre as forças britânicas, norte-americanas e canadianas.
As primeiras horas do chamado “dia D” vão resultar na morte de mais de 10 mil soldados entre as forças aliadas e quase 9 mil por parte do exército alemão, que tarda em reagir à ofensiva.
Os primeiros bombardeamentos, destinados a esmagar a possível resposta alemã provocam a morte de mais de 2.500 civis franceses durante os dois primeiros dias da batalha da Normandia. Até ao final do conflito, em Abril de 1945, mais de 57 mil civis vão ser dizimados pelas bombas aliadas.
Desde 6 de junho e em menos de um mês, os aliados conseguem transferir mais de 800 mil soldados, 148 mil veículos militares e 570 mil toneladas de mantimentos através do canal da mancha, utilizando-se de aviões, navios e portos flutuantes montados junto à costa francesa.
Assinalada pelos aliados como uma vitória militar, foi preciso esperar por 2004 para que um chanceler alemão participasse, pela primeira vez, nas cerimónias do Dia D.
Gerhard Schroeder assinalava então uma reconciliação histórica, afirmando, “celebrar não a vitória sobre a Alemanha, mas uma vitória para a Alemanha”. As praias da Normandia são, desde então, o símbolo de uma Europa reunida, em torno da celebração do princípio do fim do regime nazi. euronews