Por: Okutó Pisilon (actualiz. 15: 50)
Nos
costumes africanos, diz-se quem não for ao meu óbito riscou a minha presença no
seu. É o que poderá acontecer na tomada de posse José Mário Vaz como novo
presidente da República da Guiné-Bissau. Em política, nenhum gesto é fruto do
acaso! Há quarenta anos na condução do destino do país, sabemos o quanto o
PAIGC é matreiro na desconstrução e na instigação para a desordem social e
política. José Mário Vaz, após ter sido anunciado como vencedor das
presidenciais, visitou os países da sub-região (CEDEAO). Até aqui nada de
anormal. O estranho é como conseguiram engendrar a “falta de comparência” do
Presidente da Transição, Manuel Serifo Nhamadjo na cerimónia da investidura dos
deputados da nação. É algo premeditado e nunca se pode confundir com uma simples
gafe protocolar! Como estava a dizer, para que tudo chegasse ao ponto onde
chegou, terá sido planeado a retirada do Presidente eleito, José Mário Vaz para
Portugal. Há várias especulações sobre a sua retirada por Lisboa num momento
crucial da nossa história coletiva. Uns dizem para descansar e estar com a
família, outros para tentar arrastar Cavaco Silva para a sua tomada de posse, e
outros ainda falam das instruções que precisa dos seus patrões para a condução
do nosso país. O problema é que é coincidência demais a ausência das duas
figuras (Nhamadjo e JOMAV) na tomada de posse dos novos deputados. De que
reconciliação falamos no meio desses ressentimentos e ódios antigos e
viscerais? O senhor José Mário Vaz, arguido e presidente eleito, com a sua
manhosices e mania de quem transporta rei na barriga, vem temperar o
ambiente político no seio das alas desavindas dentro e fora do PAIGC. Esperamos
que a legitimação por voto não se transforme, mais uma vez, em “carta branca”
para matar os adversário políticos.
Atençon:
Kin ku nhemê Sirifo Nhamadjo I ka na bibu dê!