O
novo secretário-geral da Cruz Vermelha Internacional, Elhadj As Sy, alertou
hoje para a necessidade de uma "estratégia global" de combate ao
Ébola, antes qualquer fecho de fronteiras.
Em
declarações à agência Lusa, o novo secretário-geral comentou o fecho de
fronteiras, como é o caso da Guiné-Bissau com a Guiné-Conacri, considerando que
tudo depende da sua localização, mas, "antes de tudo isso depende da
localização das fronteiras".
Elhadj
As Sy, que regressou recentemente da sua primeira missão oficial, nos dois
países mais afetadas pelo Ébola, Serra Leoa e Libéria, concorda com o
encerramento das fronteiras nos casos em que exista "algum tipo de cordão
sanitário" ou "a 5 quilómetros do epicentro do surto".
De
regresso de África, Elhadj As Sy sublinhou que "esta epidemia mostrou a
fragilidade dos sistemas de saúde dos países afetados e a necessidade de um
compromisso de todos os parceiros para restaurar as capacidades locais de
resposta".
Por
outro lado, o secretário-geral também destacou que "as infraestruturas já
estão limitadas e que há poucos meios para lidar com outras patologias como o
paludismo".
A
Cruz Vermelha contabiliza atualmente 600 voluntários na Guiné Conacri, 650 no
Libéria e 296 em Serra Leoa. As equipas são compostas por elementos locais,
cujo trabalho é sensibilizar as populações ao ébola e realizar os atos
funerários de forma segura respeitando os ritos tradicionais.
"Podemos
contar com elementos de Uganda e de República do Congo que trazem com eles a
sua experiencia com o vírus ébola", disse.
Este
surto sem precedentes da doença surgiu, no início de março, na Guiné-Conacri e
já causou mais de um milhar de mortos em quatro países da África Ocidental:
Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
A
doença, que se transmite por contacto direto com o sangue e fluídos corporais
de pessoas ou animais infetados, causa graves hemorragias e pode atingir uma
taxa de mortalidade de 90%. Não é conhecida vacina.
Esta
é a primeira vez que se identifica e confirma uma epidemia de Ébola na região
da África Ocidental, até aqui sempre registadas na África Central. Fonte: Aqui