Obrigado irmão Doka, estamos juntos.
Nas
coisas de fintar tudo e todos, o sujeito que se dá pelo nome de Matchú, vulgo
DSP e que nasceu em Farim, mas que foi criado em Cacheu pela tia Bebiana e pelo
tio Domingos Mendonça, saiu-nos cá uma prenda envenenada… e dos diabos.
Afastou
os seus oponentes do Congresso de Cacheu, diabolizou o Bá Quecutó e quase
humilhou Mário Cabral e Aristides Ocante, para além de todo o resto do pessoal
que não optou pela bajulação (“barri padja”)
como
forma de demonstração de sua submissão e lealdade cegas em relação ao “Salvador
do Povo “.
Para
que pudesse ter a seu bel-prazer todo o caminho livre para o exercício
ditatorial da governação (está-lhe no sangue e nos propósitos), inicialmente,
queria o banana do Marucas como Presidente da República, mas o tiro certeiro de
JOMAV saiu-lhe pela culatra, com o famoso envelope de 200.000 francos CFA com
que comprou votos e consciências.
Matchú,
vulgo DSP, não consegue ter por perto ninguém tão capaz ou mais que ele. Gar deste.
Até hoje, por exemplo, não conseguiu ainda ter um Director de Gabinete,
preferindo continuar a colaborar com uma equipa portuguesa que a partir de
Lisboa vem assegurando a gestão do expediente. Tentou inicialmente assassinar
politicamente o Octávio Lopes (antigo membro do Bureau político do PAIGC) e,
com a nomeação deste como Ministro-Director do Gabinete da Presidência da
República, saiu-lhe
novamente o tiro pela culatra.
O
mesmo aconteceu-lhe com Therno Djaló a quem atirou para as prateleiras poeirentas
da sede do PAIGC, logo depois de se ter tornado militante deste Partido, mas
que teve que ser socorrido por JOMAVE, que o nomeou seu Conselheiro Especial.
Pela via da integração da oposição chamada democrática no Governo, DSP anulou
completamente as possibilidades do contraditório e, em troca de silêncios pagos
à peso de ouro, vem aliciando os oponentes internos e externos ao PAIGC
(sobretudo os elementos influentes do PRS), para também provarem das mordomias
próprias de um faustoso passeio diplomático
a Nova Iorque, o coração da grande América.
O
objectivo do Matchú não é senão cortar o cerce a quaisquer hipóteses de
reavivamento do PRS, ainda aturdido com o fim do período da transição, com o
falecimento do seu líder histórico (Kumba Yalá), com a derrota eleitoral, com a
safada inclusão dos seus militantes mais activos
em postos chaves da governação, para além da limpeza étnica de que
são vitimas os seus militantes na função pública e no sector empresarial
público.
Quanto
ao JOMAVE, não parece disposto a desistir e nem esconde a sua vontade de ter
uma mão forte na governação, não vá ele próprio apanhar por
tabela, lele que já declarou a intenção de fazer dois mandatos, pelo que já se
vai preparando com argumentos para usar na devida altura a bomba atómica
constitucional, caso a Guiné-Bissau venha mais uma vez a ser adiada, por
manifesta incompetência, megalomania e amadorismo do Governo de Matchú, vulgo
DSP.
Quanto
a CIPRIANO CASSAMÁ, já deu para entender que não está com meias medidas, por
exemplo, quando fez questão de chamar Matchú,vulgo Domingos e a sua clique
indefetível à razão. Sabe muito bem o potencial que neste momento representa o
facto de ser o titular da de um órgão de soberania como a ANP e por isso não prescinde
do dever de obrigar
o Matchú a uma maior concertação e a uma maior atenção aos esforços de
reorganização do PAIGC, até para que este Partido não seja mais uma vez
utilizado e descartado, como aconteceu no passado recente.
Cipriano
Cassamá sabe também que ele é o fiel da balança: Se alinhar com o Matchú, as
coisas complicam-se para o JOMAVE, mas se optar pelo JOMAVE, será a morte do
artista DSP e o fim da paródia do falso “Salvador do Povo”. Por enquanto,
Cipriano Cassamá vai intransigentemente privilegiando um salutar relacionamento
institucional, é isso que exige dos seus primus inter pares, embora não pareça
disposto, pelo menos por agora, a tomar partido nesta guerra
institucional estúpida e nem ceder muito perante o descarado assédio de namoro
que o DSP lhe vem insistentemente fazendo, nomeadamente, através do último
convite que lhe endereçou para que fizessem juntos um novo e faustoso passeio
diplomático a Nova Iorque, a cidade da admirável Manhattan.
Quanto
ao MATCHÚ, VULGO DSP, ele sabe que tem a seu desfavor o ónus político da
governação, que não é nada fácil, apesar de ser justamente aí onde espera
poder, duma assentada, derrotar JOMAVE e CIPRIANO CASSAMÁ. O homem é
megalómano, é um calculista frio, é um potencial ditador
e um dissimulado descarado, tanto é que continua a acreditar que a bondade da
sua agenda política o guindará a melhores performances e, logo, a maiores
patamares de legitimidade que o permitirão remover definitivamente os seus mais
directos obstáculos políticos, entre os quais JOMAVE, Cipriano Cassamá, Bá
Quecutó e companhia limitada. Está quase obcecado com a vinda de tropas angolanos
para melhor poder pôr os Brassa em ordem, como aliás vem irresponsavelmente
dizendo, nomeadamente, em círculos restritos e no seio da “clique de Odessa” do
Governo.
Matchú,
vulgo DSP anda também obcecado com uma hipotética possibilidade de mobilização
de fundos a partir da mesa redonda para que possa dar o salto na implementação
de reformas, mas esquece-se de que a obtenção de fundos na Guiné-Bissau ou para
a Guiné-Bissau, por si só, não é nenhuma garantia de nada e nem mesmo de uma
efectiva promoção do desenvolvimento, tanto é que o seu Governo é
maioritariamente constituído por imberbes da políticas e por profissionais
falhados que apenas apostam na sorte, mas esquecendo-se que o país não está em
condições de tolerar mais nenhuns saltos mais que do que as pernas podem…
Sem
ideias próprias e sem direcção nenhuma, DSP e o seu Governo dão a ideia
de estarem completamente perdidos e ziguezagueantes.
Inicialmente,
a Educação era o seu sector prioritário. Agora, perante a banha de cobra da
biodiversidade, que lhe foi vendida vendida por vendilhões pátrios de meia
tigela, já a Educação o é mais. Aliás, deixou de o ser. Afinal, a Educação só
era prioritário, por exemplo, quando
servia ao “Salvador do Povo” para se contrapor as iniciativas e investimentos
públicos estrangeiros nos domínios da agricultura e das pescas para cuja gestão
o JOMAV chamou a si a responsabilidade pessoal de gestão, na qualidade de
Presidente da República.
Assim,
quer pela ausência de assessores guineenses e nem de um Director do Gabinete
nomeado, como também pela quantidade inusitada de portugueses que ultimamente
se apresentam em Bissau como assessores do PM guineense, pelo que, , Matchú,
vulgo DSP transferiu já, em desespero
de causa, o centro da governação de Bissau para Lisboa, onde estabeleceu
discretamente um Gabinete de apoio, não se sabendo ainda, contudo, se às
expensas de um suporte financeiro do Governo português ou se, pelo contrário,
se à custa erário público guineense.
Mas
para lá da gravidade que representa esta transferência de soberania, não há
também garantias de que o governo português possa ser um bom advogado da
Guiné-Bissau e nem que os seus interesses, por si sós, garantam uma mesa
redonda bem-sucedida. Tanto é que é sobejamente conhecida a incompetência de
certos sectores do Governo de Passos Coelho (o padrinho de Matchú, vulgo DSP
nessas diatribes).
Aliás,
o FMI acabou agora mesmo de apontar as “fracas competências” dos gestores
português com a causa principal que explica a dificuldade deste país em
aumentar a produtividade em Portugal.
Todavia,
JOMAVE e CIPIANO CASSAMÁ estão já ao corrente destas pelintrices do Matchú,
vulgo DSP, mas preferem por enquanto continuar a contar espingardas, fingindo
por ora estarem a assobiar para o lado.
O
futuro próximo da Guiné-Bissau, disso não há margens para dúvidas, depende do
desfecho da triangulação surda entre as três eminências pardas que constituem,
na realidade, o Calcanhares de Aquiles do nosso futuro: Matchú, vulgo DSP, o pelintra, o JOMAV, o
“cabeça rissú” e o CIPRIANO
CASSAMÁ, o irascível.
Não
há dúvida de que, neste triangulo da Bermudas à guineense, o elo mais fraco é o
próprio Matchú, vulgo DSP que se comporta ingenuamente que nem um “Salvador do Povo” que insiste na política de
terra queimada, mesmo para com o Presidente da República, e na divisão e na
exclusão dos “inimigos” como método de governação, fingindo esquecer que as
legitimidades, quer no PAIGC, que na Guiné-Bissau, tem de ser todos os dias
sufragada, sobretudo uma tosca legitimidade como a que o Domingos, vulgo Matchú
arrancou em Cacheu à custa da diabolização de candidaturas e de candidatos que
aguardam a melhor ocasião para mostrarem ao DSP que “faca di atornu ka ta môkú”, ou seja, a vingança deve
serve-se fria.