Bissau - O novo Governo da Guiné-Bissau, empossado em Outubro, mantém o propósito de reestruturar e desenvolver a Guiné-Telecom, empresa nacional de telecomunicações que se encontra falida e desativada, disse nesta quarta-feira à Lusa fonte do executivo.
"Queremos separar as duas empresas", rede fixa e rede móvel, e o objetivo "é que a Guiné Telecom não morra", referiu João Bernardo Vieira, secretário de Estado dos Transportes e Comunicações.
Prevê-se que a Guinetel entre em concorrência com as operadoras móveis que já estão no mercado guineense (MTN e Orange) e que a empresa Guiné Telecom faça a gestão das estruturas base.
"Todas as infra-estruturas estarão a cargo empresa, por exemplo, o cabo submarino e a fibra ótica", referiu.
Uma comissão de gestão e reestruturação das duas empresas "foi criada há cerca de um ano" e o Estado procura "parceiros que tenham três características fundamentais: capacidade financeira para investir, 'know-how' e tecnologia e também experiência para que possam desenvolver as duas empresas", detalhou João Bernardo Vieira à Lusa.
A busca por parceiros já tinha avançado no sentido de um concurso lançado pelo anterior Governo - demitido pelo Presidente da República em Agosto e de que Vieira já fazia parte com o mesmo cargo.
Agora, o novo executivo prepara-se para voltar a pegar no dossier.
"O Governo irá tomar uma decisão o quanto antes em relação ao futuro das duas empresas", sublinhou.
Pelo meio, o Sindicato de Base da Guiné Telecom e da Guinetel pede ao Governo que pague mais de 14 meses de salários em atraso naquelas empresas, disse à Lusa fonte da organização laboral.
"Gostaríamos de poder satisfazer toda a reclamação que é legal e justa por parte dos trabalhadores, mas o problema é que não há condições para cumprir tudo o que é exigido", responde João Bernardo Vieira.
"Esperamos encontrar uma solução o quanto antes para a situação dos trabalhadores", conclui.
A Guiné Telecom foi criada em 1991 pela Portugal Telecom (PT) (40% do capital social), Estado guineense (50%) e funcionários (10%).
A partir de 2004 passaria a enfrentar dificuldades técnicas e financeiras, decorrentes de falta de investimentos e da quebra de receitas.
Em Março de 2008, a PT e o Estado guineense encetaram negociações para viabilizar a empresa, mas não chegaram a acordo e Portugal vendeu a participação no âmbito de um acordo amigável em 2010.
Na altura, a PT alegou falta de condições para realizar investimentos na Guiné Telecom pelo facto de o Estado guineense acumular uma dívida de cerca de 30 milhões de euros. Fonte: Aqui