quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

GUINÉ-CONACRI: DESABAMENTO EM MINA DESATIVADA DEIXA 12 MORTOS

Um desabamento numa mina de ouro abandonada no nordeste da Guiné-Conacri causou a morte a pelo menos 12 pesquisadores, na sua maioria mulheres.
 
O acidente ocorreu a 13 de dezembro, quando o desabamento de uma galeria na vila de Bouré Nafadji, na região aurífera de Siguiri, surpreendeu os mineiros, explicou à AFP Moussa Magassouba, contactado por telefone, em Conacri.
 
Magassouba adiantou que tinha saído da galeria para fumar um cigarro quando ouviu «um grande barulho, que parecia um estrondo de trovão, antes de o buraco se fechar sobre os amigos presos no interior».

 
O drama «ocorreu quando todos os pesquisadores artesanais se preparavam para sair do local», disse à AFP Namissata Foinké, adiantando que perdeu o seu marido no desastre – que, pelas suas contas, fez 12 mortos.
 
Já Aliou Guissé, vice-prefeito de Kintinian, de que depende a localidade de Bouré Nafadji, indicou à AFP que o número de mortos é de 13. O acidente causou também vários feridos, que foram transportados para os hospitais e as clínicas da região.
 
A mina de ouro, situada a 40 quilómetros de Siguiri, capital da região, é explorada há décadas por clandestinos. «Sempre os expulsámos, com a ajuda da polícia, mas eles regressam sempre ao local», afirmou Guissé. «São homens e mulheres das localidades vizinhas», que exploram esta «mina abandonada pelos locais devido à sua periculosidade», disse Mamadi Oularé, habitante de Bouré Nafadji, que testemunhou o drama.
 
O acidente ocorreu numa altura em que decorre, há várias semanas, um conflito entre as autoridades e a população de Kintinian, ameaçada de expulsão de um sítio aurífero, propriedade oficial da sociedade Anglo Gold Ashanti, da Guiné. Algumas dezenas de pessoas ficaram feridas a 5 de dezembro, durante confrontos entre habitantes de Kintinian e forças da ordem.
 
Apesar da riqueza do subsolo da Guiné-Conacri em bauxite, ouro, diamantes e minerais de ferro, mais de metade da população do país vive abaixo do limitar da pobreza, com menos de um dólar por dia, segundo a Organização das Nações Unidas. Fonte: Aqui