terça-feira, 6 de setembro de 2016

BURKINA FASO: MINISTROS DE COMPAORÉ OUVIDOS POR ORDEM DO ALTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

 
Ouagadougou - As audições dos ministros do último governo do presidente deposto Blaise Compaoré começaram esta terça-feira, em Ouagadougou, por decisão do Alto Tribunal de Justiça, noticiou a AFP.
 
Onze ministros dos quais Arsène Bognessan Yé, antigo ministro de Estado encarregue das relações com o Parlamento e das Reformas Políticas e Institucionais, Alain Edouard Traoré, encarregue da Comunicação, porta-voz do governo ou ainda Jean Bertin Ouédrago, ex-ministro das Infra-Estruturas, responderam à notificação da gendarmeria na Companhia desta corporação no campo Paspanga, no centro de Ouagadougou.
 
Ao mesmo tempo, pelo menos três outros ministros eram aguardados na brigada de investigações de Kadiogo, um outro posto da gendarmeria.
 
Ao todo, 32 ministros do último governo de Compaoré e o antigo Primeiro-ministro devem ser ouvidos à pedido do Alto Tribunal de Justiça, que se interessa pelas infracções cometidas pelo antigo chefe de Estado e os membros do seu governo.
Todos os ministros não se encontram no país, incluindo Blaise Compaoré, que vive exilado na Côte D'ivoire, após o derrube do seu governo em Outubro de 2014.               
 
Cada ministro foi autorizado a regressar ao seu domicílio após ter assinado o processo-verbal de audição. As audições duraram quase duas horas.
 
O Conselho nacional de transição (CNT), assembleia interina criada após o derrube de Compaoré, tinha votado em Julho de 2015, uma resolução colocando em acusação o Primeiro-ministro Luc Adolphe Tiao e todos os seu ministros por "golpes e ferimentos voluntários, cumplicidade de golpes e ferimentos, assassinato, cumplicidade de assassinato".
 
Os deputados acusam nomeadamente os ministros "de terem sido membros do governo" que adoptou o projecto de lei modificando à Constituição (artigo 37) que deveria permitir a Compaoré, que acumulava 27 anos de poder, a se candaditar a outros mandatos.
 
Esse controverso projecto conduziu a uma revolta popular e o incêndio da Assembleia nacional pelos manifestantes, forçando Compaoré a demitir-se.
 
Fonte: Aqui