Por Lígia ANJOS - RFI
A Costa do Marfim aprovou em referendo popular os termos para uma nova constituição do país. O referendo de domingo obteve 93,4% dos votos favoráveis. No entanto, foi boicotado pela oposição e teve uma participação de 42,4%.
O anunciou dos resultados foi feito pelo presidente da Comissão Eleitoral Independente, Youssouf Bakayoko. O texto foi aprovado apesar da maioria dos eleitores não terem comparecido aos locais de votação.
A nova Constituição retira o conceito de "marfinense" e clarifica as condições de elegibilidade do Presidente, prevê um novo lugar de vice-Presidente e de um Senado.
O ponto mais importante é, sem dúvida, a eliminação da regra que ditava que um candidato a Presidente deveria ter pai e mãe marfinenses, uma forma de barrar pretensões de políticos do norte do país, uma região na qual muitas pessoas são filhas de cidadãos da vizinha Burkina Faso.
Nesta nova constituição, apenas um dos pais do candidato precisa de ser cidadão marfinense.
A oposição diz que Ouattara é do Burkina Faso, país vizinho, e contesta a sua elegibilidade. A oposição apelou ao boicote do escrutínio, acusando as forças no poder de não consultarem nem a oposição nem a sociedade civil, assim como de querer passar o projecto "às escondidas" com uma campanha de sete dias e uma fraca difusão do texto que qualifica como "monárquico e retrógrado".