Diz que foi contactado por Francisco J. Marques para ajudar o clube.
Um mestre guineense diz que já trabalhou para o FC Porto para ajudar o clube a ganhar o campeonato em 2007/2008. O homem diz que foi contactado por Francisco J. Marques em Bissau.
Aladji Carambuko, o ‘mestre’, recebeu a CMTV num quarto que lhe serve de casa no bairro de Pissak, em Bissau – um sítio onde há pouco mais do que nada. Mas há o suficiente para a notícia do escândalo dos emails do Benfica aqui ter chegado. Quando Aladji viu, na televisão, o director de comunicação do Futebol Clube do Porto, Francisco J. Marques, garante que se recordou daquela cara e assegura que já trabalhou para ele.
"Eu nunca recebi nenhum pedido do Benfica. O que eu sei é do FC Porto. Foi o FC Porto que me pediu. O primo, que faleceu no ano passado, estava aqui em Cupelum. O nome dele é Braima Djaló. Uma vez em 2007 ou 2008 aquele homem que eu vi na televisão, que é o Francisco J. Marques… vi-o a falar na televisão sobre os emails. Mas do Benfica nunca soube nada. Do FC Porto é que eu sei. Foi em 2007 ou 2008. Ele veio cá… conduzia um jipe verde-escuro. Eu fiz o trabalho para ele e para o FC Porto. O FC Porto foi campeão. 2007 ou 2008… O FC Porto foi campeão.", assegura ‘mestre’, que prefere esta designação à de ‘bruxo’ ou ‘feiticeiro’.
E não é o único a jurar que o FC Porto também por aqui andou a pedir ajuda aos mestres do oculto. Mamadu Djaló, 52 anos, assegura que Joaquim Pinheiro também esteve na Guiné-Bissau. "O FC Porto também veio aqui. O homem do FC Porto também esteve aqui… há muitos anos passou por aqui. Todo o mundo passa por aqui. O homem do FC Porto é o Joaquim Pinheiro, que vem cá muitas vezes. Disseram que vem cá muitas vezes."
Joaquim Pinheiro faz parte dos órgãos sociais do FC Porto, sendo efectivo no conselho superior. Irmão de Reinaldo Teles, Joaquim Pinheiro é um dos homens fiéis a Pinto da Costa desde o primeiro instante. Contactado pela CMTV, fonte próxima do portista garante que o guineense está a mentir.
Mamadu Djaló acusa o FC Porto de também mentir quando afirma que o Benfica recorreu aos serviços de um ‘bruxo’, na polémica dos emails.
Mas em 2007 ou 2008 Francisco J. Marques não tinha qualquer cargo no Futebol Clube do Porto. Ao que a CMTV apurou o portista nunca esteve na Guiné Bissau. Confrontado, Aladji, que garante ter feito trabalho para o clube nortenho. "Tenho provas de que trabalhei para ele. O meu primo é que o trouxe cá e já faleceu. Mas eu trabalhei para ele. Quando o vi na televisão reconheci-o logo. Não tenho dúvidas. Deram-me posters e também me pagaram algum dinheiro", afirma.
Aladji, que assegura ter feito trabalho para que o FC Porto fosse campeão na época 2007/2008 e mostrou-nos os alegados pósteres que diz que lhe foram oferecidos.
Três fotocópias com fotografias de Hulk, Helton e Lucho Gonzalez. Mas os anúncios na frente da camisola e na manga mostram que estas imagens nunca podiam ter sido entregues antes de 2011.
"É uma coisa que é verdade. É uma coisa que ele fez. Veio cá à Guiné e fui eu que trabalhei para ele. O Francisco J. Marques veio cá para o mestre o ajudar e fazer trabalho para o FC Porto. Naquele ano o FC Porto foi campeão. Naquele ano o FC Porto estava por cima. O Francisco é que vinha para cá com o nome do Benfica e pedia para o FC Porto. Porque é que eles vêm cá? O FC Porto mandou… Eu sei que o FC Porto mandou a um dos clubes cá da Guiné camisolas. Um clube que não tem nada a ver com o FC Porto", garante o ‘mestre’ guineense.
As declarações de Francisco J. Marques incendiaram os ânimos dos guineeneses. Que garantem que o general Nhaga não é bruxo.
Fonte: cm