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Luanda – O Serviço de Investigação Criminal (SIC), liderado pelo comissário-chefe Eugénio Pedro Alexandre, executou, na tarde desta sexta-feira,1, em Luanda, um suposto meliante nos arredores do mercado do artesanato, no Benfica.
* Paulo ALves
Fonte: Club-k.net
* Paulo ALves
Fonte: Club-k.net
Dois dias depois do PR negar desrespeito pelos direito humanos
“A polícia conseguiu localizar a senhora e seguiu a senhora e os bandidos, por fim mandou a senhora parar e simular que vai entrar no banco. Os bandidos também pararam e saíram todos armados em direção a senhora e daí a polícia também desceu do carro e começou os disparos contra os bandidos. Foram mortos dois e outros dois feridos e apanhados”.
Desta vez, o ministério do interior teve dificuldade de negar os acontecimentos uma vez que os populares filmaram o momento da execução. Num dos vídeos, o agente do SIC executou um dos jovens quando este já se encontrava imobilizado e sem mostrar residência. O jovem estava caído no chão a sangrar.
Este ano o ativista Rafael Marques publicou um relatório relatando dezenas de episódios de execuções sumarias praticadas pelos agentes do SIC. O ministro do interior nunca mandou instaurar processo de investigação contra os homens sob sua tutela.
A execução destes dois cidadãos acontecem precisamente dois dias depois de o Presidente da República, João Manuel Lourenço ter afirmado em paris, que Angola respeita os direitos humanos.
Não há ainda informação indicado que o PR ira demitir o ministro do interior por este assassinato. Porém, num comunicado tornado público, o ministro Agnelo de Barros Tavares – por intermédio do seu porta-voz Simão Milagres - antecipou-se prometendo que “pelo acto ignóbil praticado pelo referido agente, orientou-se o diretor geral do SIC a tomar imediatamente todas as medidas que se impõem no sentido de proceder a responsabilização criminal e disciplinar”
De recordar que nos últimos anos, o Serviço de Investigação tem recorrido as execuções sumarias como medida de combater supostos marginais.

Ao invés de apuramento das denuncias para a devida responsabilização, o ministro Viegas de Barro agraciou com cargo de diretores dois agentes Fernando Receado e Lourenço Ngola Kina notabilizados por os seus nomes surgirem frequentemente em relatórios e outras denuncias por conduzirem interrogatórios recorrendo a tortura de forma barbara e sádica. Os seus actos de tortura são geralmente usados para colher confissão de réus.
Cronologia de execuções do SIC
2012 - No seguimento dos assassinatos de Isaías Cassule e Alves Kamulingue, pelo SIC, Fernando Receado interrogou o activista Alberto os Santos que presenciou o rapto de Cassule, seu amigo.
“O chefe do Departamento de Crimes contra Pessoas da DNIC, Fernando Recheado, e o instrutor do meu processo, Armindo César, insistiam comigo, nos interrogatórios, para eu assumir que um partido [da oposição] me deu dinheiro para sequestrar os meus próprios colegas”, afirmou o detido, em entrevista ao Maka Angola.
“Eu recusei assumir essa mentira. O Sr. Fernando Receado insistiu para eu dizer que foi a UNITA quem ordenou o sequestro. Ele disse-me ‘nós [instituições do Estado] vamos te proteger’ e ameaçou-me que, se não aceitar acusar a UNITA, eu ficarei muito tempo na cadeia e sofrerei muito”, revelou Alberto dos Santos.
2013 – O então reu Manuel Lima “Bravo”, denunciou que durante interrogatório na DNIC foi submetido a simulações de afogamento e foi-lhe introduzido um pau no ânus (que lhe causou hemorroidais e sangramento) para que pudesse confessar o crime que estava a ser acusado. Fernando Receado que conduziu a instrução do processo recusou-se, dois anos depois, a comparecer em tribunal, alegando motivo de viagem medica para Lisboa quando chamado a ir se explicar sobre estas torturas.
2017 – O detido João Alfredo Dala (na foto ao lado), por intermedio de uma reportagem no portal Maka Angola, revela como foi torturado pessoalmente por este novo director do SIC de Luanda – até o deixarem mutilado – para o obrigarem a repetir, em vídeo, uma confissão que lhe tinham preparado.
“O pastor Cem ordenou ao superintendente Fernando Receado que me amarrassem no formato de tortura do avião “Kadiembe”. Mas o chefe de operações do SIC optou antes pela tortura do pénis.
Segundo o detido, “o Pinto Leite retirou os atadores dos seus ténis Converse, amarrou os atacadores um ao outro, para o fio ficar comprido. O chefe Fernando Receado foi quem pessoalmente amarrou o fio no meu pénis e foi o primeiro a começar a puxar e a correr comigo à volta da sala, enquanto o pastor Daniel Cem e o irmão diziam que eu falaria rápido e todos se riam”.