Bissau,11 Jul 18 (ANG) – O Presidente da Comissão Nacional de Eleições da
Guiné-Bissau (CNE) José Pedro Sambú disse estar preocupado com o atraso de início
do recenseamento eleitoral para o escrutínio de novembro próximo.
Citado pela Rádio Jovem, José Sambú que falava hoje na abertura de um
ateliê destinado a chefes tradicionais, líderes de confissões religiosas,
elementos da sociedade civil, representantes de partidos políticos e de
entidades ligados ao processo eleitoral, disse que o evento serve para reforçar
as capacidades das referidas pessoas de prevenção de eventuais atos de
violência durante a campanha eleitoral.
Destacou ainda que faltam apenas pouco mais de quatro meses para as próximas
eleições legislativas e que se torna cada vez mais preocupante a não realização
até ao momento do recenseamento eleitoral, em relação ao qual a CNE vai exercer
a função de supervisão.
O Presidente da CNE referiu que o recenseamento eleitoral é um ato prévio
que se deve levar em consideração no calendário eleitoral como condição
fundamental para o cumprimento do período eleitoral.
Indicou que contém várias etapas que começa com o anúncio oficial da data
das eleições e que termina com a publicação dos resultados finais de eleitores
registados.
Por isso, José Pedro Sambú pediu ao governo e à comunidade internacional
para criarem condições, disponibilizando meios financeiros para que a data de
18 de novembro não seja comprometida, por causa do atraso no recenseamento.
“ Face a essas responsabilidades, a sociedade civil e demais intervenientes
no processo eleitoral devem desempenhar um papel de relevo, sobretudo durante o
período eleitoral, transmitindo os conhecimentos adquiridos durante estes dias
de formação aos nossos cidadãos eleitores, evitando assim a deturpação e atos
de violência eleitorais”, explicou.
Por sua vez, em representação do Gabinete Integrado das Nações Unidas
para Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGSBIS), Antero Lopes disse que as
organizações da sociedade civil têm também um papel a desempenhar neste período
preparatório e de realização de eleições como aconteceu em 2014.
Antero Lopes disse esperar que todos os atores políticos e sociais da Guiné-Bissau
possam convergir esforços, fazendo acordos, suplantando possíveis divergências , desafios, dificuldades técnicas ou políticas
ao longo desse percurso, para que possam estabelecer um Pacto de Estabilidade ,que
permitirá o país e os parceiros implementar as reformas necessárias, e que já foram
identificadas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO), como prioritárias para o desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Antero Lopes indicou as reformas nos sectores da defesa e segurança, na
justiça e administração pública em geral, e a revisão constitucional como sendo
as prioridades identificadas também pelo Conselho de Segurança da ONU, pelos órgãos
deliberativos da CEDEAO, da União Africana, da União Europeia e da Comunidade
dos Países de Língua Portugueses. ANG/LPG/ÂC//SG