Não acredito que a União Europeia não saiba que “chantagem” seja uma prática criminosa e imoral? Na dita primeira grande entrevista de Domingos Simões Pereira a RDP-África, o novo Primeiro-ministro terá referido que a União Europeia condiciona a sua ajuda a Guiné-Bissau a reforma “tribalista” nas forças da defesa e segurança do nosso país. O que os “burocratas” da EU percebem de África para lá da procura de mercado de exploração de matérias-primas e de escoamento de produtos para as suas empresas?
Quem com ferro mata com ferro morre! Nos dias 25 a 29 de Maio passado, realizou-se um encontro sob o tema “Pirataria marítima na Sub-região: Comissão Regional de Pesca debate mecanismo de fiscalização e financiamento do sector”. Naquele encontro técnico, financiado pela EU, FAO e WAMER o ministro das Pescas e dos Recursos Haliêuticos, Mário Lopes da Rosa, denunciou que os recursos pesqueiros da sub-região, sobretudo as principais espécies, continuam a ser objeto de grande exploração tanto pelas frotas nacionais como pelas estrangeiras com ou sem autorização das pescas. A verdade é a dita “comunidade internacional” que, de quando em vez, sai em força para condenar e até declarar guerra contra os prevaricadores das matérias-primas de África, é essa mesma comunidade que discretamente protege as numerosas frotas de pesca ilegal vindas sobretudo de Europa. Recordemos a ameaça do Ex-Primeiro-ministro Cavaco Silva, na década de noventa ter ameaçado pelo corte de relações de cooperação com a Guiné-Bissau caso não fosses libertos os navios com bandeira de Portugal a pescar sem licença nas nossas águas territoriais. Sugiro, por isso, ao novo governo que faça a revisão de todas as licenças concedidas aos armadores estrangeiros, sobretudo da União Europeia e de Portugal.
Por: Okutó Pisilon