A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) reivindicou hoje vitória nas eleições gerais de 15 de outubro em Moçambique e disse que não reconhece os resultados eleitorais, anunciou o porta-voz do partido.
«Pelos dados recolhidos no terreno, podemos afirmar categoricamente que vencemos as eleições», afirmou António Muchanga em conferência de imprensa realizada hoje à tarde na sede nacional da Renamo em Maputo, na qual foram denunciadas várias alegadas fraudes e irregularidades durante o processo eleitoral.
«Por isso, não aceitamos os resultados destas eleições. Não pode haver uma democracia para África e outra para a Europa», declarou o porta-voz do maior partido de oposição, no dia em que começaram a ser divulgados os primeiros resultados oficiais da votação, que colocam o candidato presidencial da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), Filipe Nyusi, na liderança da contagem, com 60,69%, quando estavam apuradas apenas 8,55% das mesas de voto.
A Renamo reivindica a vitória em todos os círculos eleitorais do centro e norte país, exceto Cabo Delgado, e «uma votação muito expressiva na região sul», baseando-se na contagem realizada pelo partido a partir dos editais afixados nas assembleias de voto que terminaram os seus processos de contagem.
Apesar de reclamar o triunfo nas eleições gerais, para a Renamo, o que está em causa «não é uma questão de vencer, é sim uma questão de justeza e transparência dos atos eleitorais, regras intrínsecas a uma verdadeira democracia».
«Para nós a questão de fundo é que o processo eleitoral tem de ser transparente. Não pode haver manipulações, para que o vencedor não tenha mancha», disse António Muchanga, sem mencionar os passos seguintes à declaração hoje proferida pelo partido, nem esclarecer o seu significado.
«A Renamo está a dizer que não aceita o resultado destas eleições», insistiu várias vezes o porta-voz do partido. «Estamos a dizer o que é o nosso sentimento», afirmou. Fonte: Aqui