quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU AVALIA MISSÃO NA GUINÉ-BISSAU


O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai esta quinta-feira avaliar a missão de Consolidação da Paz na Guiné-Bissau e definir o futuro da operação, anunciou o enviado no país.
«Terei ocasião de fazer uma apresentação sobre o relatório da missão de avaliação estratégica que se deslocou a Bissau»durante o mês de novembro, referiu na última semana o representante do secretário-geral da ONU em Bissau, Miguel Trovoada.
Aquela missão serviu para avaliar o desempenho do mandato do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) e o respetivo relatório vai ajudar a definir a respetiva estratégia. De acordo com o programa adiantado por Trovoada, o encontro trimestral com o Conselho de Segurança, em Nova Iorque, deverá servir para «desenhar o figurino» da colaboração «com o governo da Guiné-Bissau nos próximos tempos».
Vão estar também em análise «as principais reformas» em curso no país. O último relatório do secretário-geral da ONU sobre a Guiné-Bissau, redigido pelo UNIOGBIS, e que o Conselho de Segurança vai também discutir, considera «essencial» a relação entre o Presidente e o primeiro-ministro e indica alguns desafios. «Uma relação construtiva entre o Presidente, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia Nacional continuará a ser essencial enquanto se levam por diante as reformas necessárias», escreve-se no relatório.
 
O documento, consultado pela imprensa, refere que «o governo mostrou uma forte vontade política e, fazendo-o, já encontra alguns sinais de resistência». A ONU acredita que a maior ameaça é «um recuo no consenso político dentro do governo e uma exacerbação das tensões entre os principais líderes políticos». Estas conclusões são conhecidas depois das notícias que dão conta de divergências entre o primeiro-ministro guineense e o Presidente do país.
 O líder do governo, Domingos Simões Pereira, admitiu na última semana haver «falta de alguma concertação», mas acredita que será obtido «um consenso que o povo guineense não só pede como exige».