O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai esta
quinta-feira avaliar a missão de Consolidação da Paz na Guiné-Bissau e definir
o futuro da operação, anunciou o enviado no país.
«Terei ocasião de fazer uma apresentação sobre o relatório
da missão de avaliação estratégica que se deslocou a Bissau»durante o mês de
novembro, referiu na última semana o representante do secretário-geral da ONU
em Bissau, Miguel Trovoada.
Aquela missão serviu para avaliar o desempenho do mandato do
Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau
(UNIOGBIS) e o respetivo relatório vai ajudar a definir a respetiva estratégia.
De acordo com o programa adiantado por Trovoada, o encontro trimestral com o
Conselho de Segurança, em Nova Iorque, deverá servir para «desenhar o figurino»
da colaboração «com o governo da Guiné-Bissau nos próximos tempos».
Vão estar também em análise «as principais reformas» em
curso no país. O último relatório do secretário-geral da ONU sobre a
Guiné-Bissau, redigido pelo UNIOGBIS, e que o Conselho de Segurança vai também
discutir, considera «essencial» a relação entre o Presidente e o
primeiro-ministro e indica alguns desafios. «Uma relação construtiva entre o
Presidente, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia Nacional
continuará a ser essencial enquanto se levam por diante as reformas
necessárias», escreve-se no relatório.
O documento, consultado pela imprensa, refere que «o governo
mostrou uma forte vontade política e, fazendo-o, já encontra alguns sinais de
resistência». A ONU acredita que a maior ameaça é «um recuo no consenso
político dentro do governo e uma exacerbação das tensões entre os principais
líderes políticos». Estas conclusões são conhecidas depois das notícias que dão
conta de divergências entre o primeiro-ministro guineense e o Presidente do
país.
O líder do governo,
Domingos Simões Pereira, admitiu na última semana haver «falta de alguma
concertação», mas acredita que será obtido «um consenso que o povo guineense
não só pede como exige».