"GOVERNO DE INCLUSÃO"
Esta terminologia foi introduzida na Guiné-Bissau por Ramos-Horta. É uma noção para se furtar ao exercício do contraditório, à democracia. "Governo de Inclusão" é constituído por todas as forças políticas, com ou sem assento parlamentar. É um Governo eleito, mas que podia prescindir, inclusivamente, de eleições, visto Todos são convocados para fazer parte do executivo, abdicando-se do papel fiscalizador do executivo que é reservado a oposição política parlamentar na circunstâncias em questão. Todos os partidos aderem ao programa de governo do partido maioritário, como uma espécie de partido único para promover o silêncio. Que estranha forma de fazer democracia em África. Até parece que o exercício do contraditório nos nossos países ou a liberdade de expressão não passa de uma espécie de dinamite anti-progresso enterrado na Constituição da República, porque as críticas verbais - na visão em causa - provocam instabilidade política e guerra no nosso país.
O "Governo de Inclusão" idealizado por Ramos-Horta é uma ameaça a paz na nossa terra. Se a governação não fosse engendrada desta forma, a crise política actual na Guiné-Bissau, não teria chegado ao ponto onde chegou. Cedo, o Governo saberia que navegava em águas turvas e teria tempo de se corrigir ou de ser emendado. "Fudju di sin sibiba, nunca padido"! Mas, agora já não há nada a fazer. Resta-nos criar realmente um governo que leve o país a bom porto. Dêem-no o nome que quiserem, mas ele, para além de ter um pacto firmado com o povo e partidos aderentes, terá como finalidade terminar a legislatura do PAIGC, sem elementos corruptos, arguidos ou foragidos. Bissau kila muda!
Nô Pintcha