segunda-feira, 24 de agosto de 2015

MOÇAMBIQUE: RENAMO ANUNCIA CRIAÇÃO DE QUARTEL NA ZAMBÉZIA

Maior partido da oposição de Moçambique vai treinar soldados para atuar no quartel general a ser instalado no distrito de Morrumbala. Em comício popular, Dhlakama anuncia ruptura de diálogo com o Governo.
 
A RENAMO, o maior partido da oposição em Moçambique, vai criar um quartel no distrito de Morrumbala, na província da Zambézia. A decisão foi tomada por ex-guerrilheiros durante a Conferência Nacional do partido realizada no último fim de semana na cidade de Quelimane.
 
O anúncio ocorre depois do fracasso de vários acordos assinados entre a RENAMO e o actual Governo dirigido pela FRELIMO. Em discurso, o líder da oposição, Afonso Dhlakama, lembrou que o acordo de cessação de hostilidades, assinado em agosto do ano passado, permite a criação do quartel.
 
“O conteúdo daquele acordo falava da entrada dos comandos da RENAMO no seio da polícia e também nos lugares-chave no seio das forças armadas”, declarou Dhlakama.
 
Além de enviar guerrilheiros para o quartel, Dhlakama disse que vai recrutar mais jovens para receber formação e servir ao exército e à polícia. “Decidimos criar nossas forças armadas constituídas por aqueles que lutaram pela democracia”, afirmou.
 
Tensão política continua
 
Em comício popular, Dhlakama anunciou o fim das negociações entre a RENAMO e o Governo suportado pela FRELIMO. O líder do principal partido da oposição deu um prazo de dez dias para que a população testemunhe mudanças no sistema de governação.
 
Dhlakama também anunciou que vários serviços públicos serão tomados à força por elementos da RENAMO nas cinco províncias onde o partido teve maior número de votos nas eleições gerais realizadas em outubro passado, nomeadamente, Zambézia, Sofala, Niassa, Manica e Tete.
 
Perante milhares de populares, o líder da RENAMO sublinhou que jamais vai dialogar com o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, que havia manifestado disponibilidade para conversações. DW-África
 
 
AIM, em Verdade (mz), IN PG
 
Homens armados supostamente do partido Renamo montaram cinco emboscadas no sábado contra uma unidade da Polícia da República de Moçambique (PRM), no distrito de Moatize, província central de Tete, sem causar vítimas.
 
Para o efeito, os homens armados colocaram, ao longo da estrada, 12 barricadas feitas com troncos de árvores de grande porte, espaçadas por um intervalo de 1,5 quilómetros.
 
As emboscadas ocorreram cerca das 09h00 horas da manhã de sábado quando a referida unidade policial deslocava-se à zona de Monjo, onde ia render uma outra unidade da PRM posicionada naquele local, quando se deparou com a situação que culminou com uma breve troca de tiros. As emboscadas ocorreram exactamente na localidade de Ndande, no posto administrativo de Nkondezi, mas sem registar vítimas do lodo das forças policiais.
 
A PRM afirma não estar em condições de confirmar se teria havido baixas do lado dos homens armados. Deolinda Matsinhe, porta-voz da PRM em Tete, explicou que os membros da força policial foram atacados de surpresa depois de abandonarem as suas viaturas a fim de remover os obstáculos que haviam sido colocados na estrada.
 
"Dos ataques não tivemos feridos e, neste momento, a força encontra-se no quartel. Um dos ataques foi numa zona de muita população, habitada, e foi difícil a força reagir, correndo o risco de atacar (atingir) a população. Podemos dizer que houve tiros entre a força (da PRM) e os homens supostamente da Renamo", disse Matsinhe, citada pela Rádio Moçambique (RM).
 
A fonte afirmou que a população ficou em pânico. No entanto, garantiu que a força policial ainda se encontra naquele local para garantir a segurança das pessoas. Acrescentou que o grupo que se encontrava em Monjo já foi rendido e a força policial já se encontra no local para garantir a ordem, segurança e tranquilidade públicas naquele povoado.
 
O partido Renamo tem estado envolvido em algumas escaramuças com as forças de defesa e segurança, em Tete, algo que obrigou centenas de residentes a procurar refúgio no vizinho Malawi. Estes ataques constituem uma clara violação do Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, assinado no ano passado entre o antigo Presidente da República, Armando Guebuza e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.