Cabo Verde registou um aumento significativo de casos de homicídios em 2016. Segundo o director da Policia Nacional, houve mais 16 homicídios (43%) do que em 2015, supostamente inflacionados pela chacina de Monte Tchota. Emanuel Estaline anunciou, no entanto, que, no cômputo geral, houve, com base na estatística policial, uma diminuição da criminalidade em 3,3 ponto percentual em relação ao ano de 2015. Alguns policiais alertam, porém, que, com o começo da chegada gradual dos 400 deportados dos EUA, não se sabe como será a evolução da criminalidade neste e nos anos seguintes no país.
Os novos dados sobre a situação criminal no país foram avançados, nesta quarta-feira, pelo director da Polícia Nacional durante a abertura do XI Conselho de Comandos da instituição, que deve terminar, esta sexta-feira,25, no concelho de Santa Cruz, em Santiago.
Emanuel Estaline Moreno precisou que, durante 2016, a Polícia Nacional registou 62 homicídios no arquipélago, contra 42 contabilizados no ano anterior. Uma cifra que representa um aumento significativo na ordem dos 34% em relação ao período homólogo.
Referindo-se a presumíveis causas que terão estado no disparo desses crimes de sangue no país, Moreno salientou, segundo a Lusa, que o caso Monte Tchota, onde 11 pessoas - oito militares e três civis - foram assassinadas às mãos de um militar, provocou um "aumento exponencial" do número de homicídios registados no ano passado.
Alguns policiais ouvidos por este jornal lembram, porém, que esses dados referem-se apenas aos casos que a Policia Nacional teve conhecimento e registou. No tocante ao ano em curso, advertem que o índice da criminalidade poderá não ser tão positivo, isto atendendo aos vários homicídios já registados e a possibilidade de Cabo Verde começar a receber os cerca de 400 repatriados dos EUA. É que, segundo advogam as mesmas fontes, todos têm antecedentes criminais e podem continuar no mundo do crime no país, casos não sejam adotadas medidas pelas autoridades competentes que possam conter tal possibilidade.
Baixa na criminalidade geral
Entretanto, conforme os dados avançados pelo DN da Polícia Nacional, houve, no cômputo geral, uma pequena baixa na criminalidade no país. Diminuiu 3,3% em 2016, com menos de 854 ocorrências em comparação ao ano anterior - vários casos não chegam à PN.
Conforme a Lusa, Emanuel Estaline Moreno avançou que houve diminuição de crimes nos comandos regionais de Santo Antão (-15%), Santa Catarina de Santiago (-11%), Fogo (-4,6%) e Sal (-4,4%).
Diz a mesma fonte que, em sentido contrário, registou-se um aumento de ocorrências criminais nos dois maiores centros urbanos e comandos do país, com 0,9% em São Vicente e 0,1% na Praia.
Em comparação com o período homólogo, o diretor da PN indicou que o crime de roubo teve 5.427 ocorrências (-0,8%), seguido do furto com 4.445 (+8%), ofensas corporais com 3.804 (-9,5%) e violência baseada no género com 3.095 casos (+2,7%).
Segundo ainda a Lusa, o responsável policial conclui que a diminuição da criminalidade geral demonstra que a entidade que dirige está a conseguir estancar a tendência crescente do nível de crimes nos últimos anos, com uma "nova abordagem" e apoio de outras instituições ligadas à segurança.
Mas o governo quer mais. Indicando que o seu propósito era o de conter a criminalidade, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, disse que a diminuição é "excelente", mas afirmou, conforme avança a fonte que vimos referindo, que ainda se pode baixar os números "consideravelmente».
Fonte: http://www.asemana.publ.cv