O presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, acusou o Sul da Europa de desperdício de dinheiro em «copos e mulheres», durante a crise que conduziu ao resgate financeiro de países como Portugal, Grécia ou Espanha.
Confrontado por alguns eurodeputados com essas declarações, recusou pedir desculpa.
Foi numa entrevista ao jornal alemão ‘Frankfurter Allgemeine’ que o ainda ministro holandês das Finanças, referindo-se à crise do euro, elogiou a solidariedade dos países do Norte relativamente aos países mais afetados pela crise das dívidas soberanas.
«Como social democrata, atribuo importância excecional à solidariedade. Mas também há obrigações a cumprir. Não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e, depois, pedir ajuda», disse Dijsselbloem, citado pelo Financial Times.
Alguns deputados do Parlamento Europeu consideraram «insultuosas e vulgares» as declarações de Dijsselbloem.
«A ideia de que o facto de ser rigoroso no cumprimento de regras e regulamentos, e de os levar a sério, significa que estou a atacar alguém é profundamente errada», disse Dijsselbloem.
O eurodeputado espanhol Ernest Urtasun (do partido Iniciativa pela Catalunha/Verdes) comentou as palavras de Jeroen Dijsselbloem:
– Penso que são declarações infelizes. Talvez o senhor ache graça, mas eu não penso assim. Mas gostaria de saber se esta é a sua primeira declaração enquanto candidato à renovação do lugar de presidente do Eurogupo…
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