quarta-feira, 22 de março de 2017

ECONOMIA DA GUINÉ-BISSAU CRESCEU 5,6% EM 2016

A Guiné-Bissau registou um crescimento económico de 5,6 por cento no ano 2016, contra 4,8 por cento em 2015, impulsionado pela boa campanha de comercialização e exportação da castanha de cajú do ano transato. Estes valores foram anunciados  pelo Ministro de Estado da Economia e Finanças, João Alage Mamadu Fadia à saída da primeira reunião trimestral do Conselho Nacional de Crédito (CNC), organizada esta quarta-feira, 22 de março de 2017, pela Direção Nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) na sua sede principal em Bissau.
 
Mesmo com o crescimento da riqueza nacional [Produto Interno Bruto] registado no país, os conselheiros do CNC, entidade presidida estatutariamente pelo Ministro da Economia e Finanças, apontaram a necessidade de diversificação da produção local, com vista a redução dos fatores de riscos, tendo em conta que o fenómeno cajú vem prejudicando as outras produções.
 
CNC vê com bons olhos as perspectivas para a campanha de comercialização e exportação da castanha de cajú [“Ouro Guineense”] do presente ano 2017, cujo preço mínimo fixado pelo Governo guineense é de 500 (quinhentos) francos CFA junto ao produtor. O referido valor já está a ser praticado no setor de Bigene, segundo notícia a “Rádio Sol Mansi” na sua edição da última terça-feira, 21 de Março.
 
Durante o encontro, os conselheiros foram informados que a taxa de inflação, medida através do índice Harmonizado dos Preços ao Consumidor (IHPC), mantém-se em 1,5 por cento em 2016, o mesmo resultado registado no ano 2015.
 
“As exportações foram nas ordens de 196 mil milhões de francos CFA, as reservas cambiais reforçaram-se, saindo 196 mil milhões de francos para 238 mil milhões de francos CFA, portanto, isso tudo demostra que alguma coisa se passou de positivo! E a inflação foi contida dentro dos parâmetros de objetivos da estabilidade do preço”, disse João Alage Mamadu Fadia a saída da reunião do CNC.
 
A União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) projetou em julho do ano passado que a Guiné-Bissau deveria registar em 2016 um crescimento 5,8 por cento da sua economia, após uma aceleração verificada em 2015.
 
Segundo a nota, na altura a UEMOA projetara em 2016 uma taxa do crescimento económico de 7,2% no seu espaço, contra 6,6% em 2015.
 
BCEAO REÚNE-SE COM OS BANCOS COMERCIAIS DE BISSAU
 
A Diretora Nacional do BCEAO, Helena Nosoline Embaló começou por salientar a margem da reunião trimestral com os diretores gerais dos bancos comerciais do país, que o papel da sua instituição tem como missão assegurar a estabilidade do preço e garantir igualmente a segurança e solidez do sistema financeiro.
 
Embaló acrescenta ainda que o sistema bancário e o papel dos bancos na economia constitui um dos principais canais da transmissão de política monetária.
 
No encontro, o BCEAO informou os bancos sobre a evolução do sistema económico e financeiro, assim como das decisões do Comité de política Monetária (CPM). Também BCEAO explica ainda os bancos sobre o estado de implementação das reformas impulsionadas pelo banco central que visa a solidez financeiro dos bancos. Por último, na sessão de discussões, as instituições bancárias do país espelharam as suas dificuldades à direção do BCEAO.
 
O Representante dos Bancos Comerciais do país, Rómulo Pires revelou que as instituições bancárias apresentaram as suas dificuldades ao BCEAO, apontando os aspetos infraestruturais, comunicação e dos transportes que, na sua visão, permitiria que os bancos chegassem com facilidade aos pontos do país onde até então não conseguiram alcançar.
“Temos assistido um crescimento significativo de número de clientes, por isso, temos que criar condições para acompanhar esta evolução”, desafia Rómulo Pires.
 
O financiamento das atividades do cajú mereceu também a atenção do BCEAO com os bancos comerciais da Guiné-Bissau que se disponibilizaram a financiar qualquer cidadão que reunir requisitos exigidos para aquisição de empréstimos bancários.
 
 
Por: Sene Camará