segunda-feira, 27 de março de 2017

JOVENS DE GABÚ EXIGEM ESCOLAS PARA SALVAR A CULTURA GUINEENSE

[REPORTAGEM] A juventude da Região de Gabú, Leste da Guiné-Bissau, exige do Estado a abertura de centros de formação bem como a implementação de mais liceus na região, ajudando assim na educação da população local ameaçada a cada dia que passa com a cultura e hábitos da vizinha República da Guiné-Conacri.

Os responsáveis da juventude regional acreditam que só com uma aposta séria na educação é que conseguirão evitar ou estancar o domínio da cultura Conacry-guineense na região de Gabú.

Perante a situação, o presidente do Conselho Regional de Juventude (CRJ) da Região de Gabú, Saico Úmaro Embaló, considera de lamentável a situação da juventude regional, acrescentando que os jovens de Gabú são os mais vulneráveis do país.


Explicou ainda que a região conta oficialmente com um único liceu [de 11º Ano a 12º Ano], não obstante a recente unificação das diferentes escolas, elevando os níveis até liceu.

No que tange aos centros de formação, Gabú tem um polo-regional da Escola Nacional da Administração (ENA) – [no seu primeiro ano de funcionamento contava com quatro turmas, equivalente a 120 estudantes, mas não possui um edifício próprio e está anexado ao liceu de Gabú]. Tem também uma Escola Pedagógica de Formação dos Professores, mas que ainda não está reconhecida no sistema nacional do ensino. A iniciativa da criação do referido centro é dos professores colocados na região com intuito de ajudar os alunos que querem formar-se e dar as suas contribuições na educação dos gabuenses.

Mesmo assim, os dois centros de formação são poucos para as necessidades de uma população estimada em 81.495 (oitenta e um mil, quatrocentos noventa e cinco) habitantes, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) do senso de 2009.

O responsável do Conselho regional da Juventude, Saico Úmaro Embaló, confessou que a juventude da região é aquela que não gosta de estudar. Poucos procuram escolas e os centros de formação, apostando mais na emigração. No seu entender, “talvez esse seja o motivo forte para o Estado não priorizar Gabú nos planos do ensino superior”.

Em alguns casos, devido às condições familiares, os jovens são obrigados a abandonar os estudos prematuramente e apostar na emigração como uma saída para ganhar a vida e garantir o sustento da família.
Mesmo assim, pediu ao Estado a criação de condições para que haja, pelo menos, uma universidade em Gabú, como uma das armas para estancar o fenómeno da emigração clandestina que assola a região nos últimos anos.

Informou ainda que o Gabinete de Plano da região já se reuniu para analisar a situação e decidiu-se apelar ao governo regional a cedência de um espaço para a construção de uma universidade por qualquer instituição do ensino superior que decida levar o ensino universitário até aquela população ameaçada pelo ensino francês e pela cultura da Guiné-Conacri.

“O Democrata” soube que a Universidade Lusófona da Guiné (ULG) tinha previsto a instalação de um polo em Gabú, mas como as aulas já estão em curso, talvez seja uma realidade para o ano letivo 2017/2018.

“Os anciões e o governo regional garantem que cederão espaço para a construção da futura universidade”, revelou.

JUVENTUDE FOGE DA REGIÃO DE GABÚ

O êxodo rural e a onda de emigração para os países da sub-região preocupam bastante os líderes juvenis da região.

“Quase todos os jovens acabam por fugir desta região. Uns vão para Bissau e outros para o Senegal. Alguns deslocam-se para mais longe, por exemplo, para o Mali, a procura de um caminho para a Europa. Uns acabam por morrer ou passar mal ao longo do percurso e longe das suas famílias”, lamenta Saico Úmaro Embaló, reconhecendo que os jovens em causa saem das suas casas para uma luta em busca do bem-estar pessoal e para a sobrevivência das suas famílias.

O líder juvenil acrescentou, no entanto, que a fuga dos jovens faz com que a juventude não possa participar ativamente no processo do desenvolvimento da Região, tendo referido que grande número de jovens abandonou igualmente diferentes setores da região em busca de um futuro melhor.

Saliente-se que alguns jovens que deixam a região para a capital Bissau devido às questões dos estudos médios ou superiores, tendo em conta que a Região de Gabú não dispõe de centros de formação superiores que respondam a demanda.

Embaló avançou ainda que várias organizações juvenis de Gabú acabam por enfraquecer-se devido a fuga de alguns líderes qualificados que tinham, mas que em dado momento sentiram-se obrigados a partir a procura de mais conhecimentos, criando um vazio de liderança nas organizações regionais.

VIH/SIDA É DOR-DA-CABEÇA DOS JOVENS DE GABÚ

A juventude de Gabú manifesta a sua preocupação relativamente a situação do VIH/SIDA na região. Gabú faz fronteiras com Guinée-Conacri e com o Senegal, por isso, torna-se numa zona muito movimentada por cidadãos dos dois países vizinhos, fato que lhe torna muito vulnerável às contaminações com o vírus da sida.

A doença do vírus de sida está a vitimar jovens da região, apesar dos esforços das organizações que atuam nas campanhas de sensibilização. Ainda há muitas localidades não atingidas pelos programas que visam imprimir alteração de comportamentos de risco dentro das comunidades regionais.

A camada juvenil de Gabú pede às entidades ligadas a luta contra VIH/SIDA para redobrarem os esforços com vista a aumentar as campanhas de sensibilização para que se possa atingir toda a população da região.

“Aceitamos que o índice de novas contaminações reduziu-se um pouco. Mas também estamos cientes de que o caso do vírus da sida preocupa bastante a juventude de Gabú, porque constitui um dos seus enormes problemas. Os dados hospitalares espelham muito bem esses fatos”, indica o responsável.

MERCADO E ECONOMIA DA REGIÃO DE GABÚ EM MÃOS ALHEIAS

A falta de formação tem como consequências o desemprego. A juventude da região, na sua maioria, está desempregada e com poucas qualificações, resultado da ausência de liceus e centros de formações, mesmo para os cursos técnico-profissionais.

Gabú, neste caso, falamos da sede regional, destaca-se no fabrico de mobílias em madeira, por exemplo, camas, estantes, cadeiras, malas, guarda-fatos/guarda-roupas e demais produtos, prova disso é o elevado número de oficinas de carpintaria que existem no setor.

A equipa de reportagem do jornal ‘O Democrata’ soube que a maioria das oficinas de carpintaria já está nas mãos de cidadãos estrangeiros, sobretudo, os da Guinée-Conacri. Esses aproveitam do poder económico que têm para comprar as oficinas dos proprietários guineenses, que possuem poucos recursos financeiros para mantê-las em normal funcionamento.

Sendo poucos, os jovens guineenses no mercado de mobílias em madeira não conseguem suportar a concorrência desleal dos Conacri-guineenses que praticam qualquer preço. Tendo em conta que são apenas 41 (quarenta e um) quilómetros até chegar a Guinée-Conacri, onde um franco CFA vale muito em moeda usada naquele país vizinho, o preço praticado pelos novos donos das oficinas em Gabú baixou bastante o nível de rendimento dos carpinteiros, obrigando muitos a refugiarem-se em outras áreas para ganhar o pão de cada dia.

Tal como é visível em Bissau, aliás, na Guiné-Bissau em geral, a economia de Gabú está entregue em mãos alheias. A maioria dos donos dos centros comerciais e boutiques ou quiosques são Conacri-guineenses, seguidos dos cidadãos da Mauritânia e do Senegal. Esse domínio económico estrangeiro afundou ainda mais a juventude local no desemprego.
“Hoje em Gabú, todos os jovens empresários são da Guinée-Conacri. Quase assumiram o controlo económico da região. Estes jovens chegam aqui com escassos recursos que recebem do Estado Conacri-guineense ou de familiares. Posteriormente rentabilizam-no no nosso mercado. Já conquistaram os nossos negócios por culpa do fraco poder de concorrência da juventude guineense, cujas famílias não têm meios financeiros para lhes ajudar e o Estado ainda está com outras prioridades em cima da mesa”, explica Saico Úmaro Embaló.

Os jovens que não fugiram da região para emigrar, acabam por resumir as suas vidas nas famosas bancadas (lugar de concentração de jovens para tomar chá verde – uarga para os guineenses; fumar cigarros ou drogas e beber vinho; divertir-se sobre o futebol e abordar assuntos que acharem pertinentes) espalhadas um pouco por todo o país e transformadas num sítio de refúgio da juventude desempregada.

Além dos Conacri-guineenses, os vizinhos do Senegal também estão em número significante no mercado de Gabú. Os cidadãos estrangeiros que praticam a atividade comercial, ao invés de empregarem nacionais, preferem, naturalmente, dar emprego aos seus conterrâneos, deixando os guineenses fora do mercado e no desemprego.
Os estrangeiros, principalmente, os Conacri-guineenses invadiram tudo aquilo que gera dinheiro em Gabú, por exemplo, os transportes urbanos da cidade de Gabú – Táxis, na sua maioria pertencem a proprietários estrangeiros.

E mesmo para as funções do motorista dos Táxis preferem trazer alguém da Guinée-Conacri para ocupar a vaga do emprego em detrimento de muitos motoristas jovens desempregados de Gabú.

“Se o Estado não tomar medidas adequadas para pôr cobro a esta ameaça, salvaguardando a juventude guineense, daqui a cinco (5) anos, Gabú perderá a sua identidade como uma região da Guiné-Bissau pela força de aculturação vindos dos hábitos e da cultura da Guinée-Conacri”, advertiu o responsável juvenil.

CRJ PROCURA PARCEIROS COM GRANDES PROJECTOS PARA SALVAR JOVENS E MULHERES 

Para minimizar o desemprego na região, o Conselho Regional de Juventude procurou uma parceria com a ONG italiana ManiTese, num projeto que visa desencorajar a emigração clandestina de jovens das zonas fronteiriças entre as repúblicas da Guiné-Bissau e do Senegal, através de um projeto de criação de aviários. Em colaboração com a ManiTese, o CRJ opera em três setores, nomeadamente Pitche, Pirada e Gabú.

“Em Pirada apoiamos 125 jovens no domínio da criação de aviários. O projeto será uma fonte de rendimento para os jovens comtemplados no programa. Disponibilizamos um aviário com 8 metros de comprimento e 5 metros de largura, com uma capacidade de albergar mais de mil galinhas. Isso beneficiará a juventude de Pirada, sendo a atividade geradora de rendimento para eles”, conta Saico Úmaro Embaló.

Como é óbvio, as mulheres não podem ficar de fora. As mães também beneficiaram de 625 rolos de arames para as vedações dos seus futuros campos de hortaliças. Receberam ainda, da CRJ, diferentes tipos de sementes hortícolas. São no total 125 grupos de mulheres que beneficiaram do apoio do Conselho Regional de Juventude de Gabú.

As mães receberam regadoras e outros materiais para manter bem os seus campos hortícolas. Está em curso a construção de um poço com capacidade de produzir 3.500 (três mil e quinhentos) litros de água por hora em Pirada, através de uma motobomba.

CRJ também beneficiou dos apoios da ManiTese e ganhou da ONG italiana uma máquina de descasque do arroz, cujo parte do rendimento paga os estudos do jovem que cuida dela e o resto do dinheiro é usado para as despesas básicas da CRJ.

O mesmo tipo de aviário existe em Pitche e Gabú, assim como os campos hortícolas também, tudo para minimizar a questão da emigração clandestina naquela região.

GABÚ FICOU QUASE DUAS DÉCADAS SEM SINAL DA TELEVISÃO NACIONAL  

A região de Gabú ficou sem sinal da Televisão da Guiné-Bissau (TGB), a única televisão do país, há mais de 20 (vinte) anos, mas voltou a emitir em janeiro deste ano aquando da realização da Copa Africana das Nações (CAN’2017), tudo porque a juventude da região pediu ao governo que queria, pelo menos, ver os jogos dos ‘Djurtus’ a partir das emissões da TGB e a exigência foi cumprida pelo executivo, mas depois do fim do CAN, Gabú perdeu novamente o sinal da televisão pública guineense.

Durante esses anos, os populares da região acompanham mais as emissões da televisão da Guinée-Conacri com conteúdos direccionados a uma população com características e culturas distintas dos hábitos e tradições guineenses. Ainda o mais curioso é ver os conteúdos cinematográficos Conacri-guineenses a predominarem na sociedade de Gabú, estando a indústria cinematográfica guineense quase pobre e falida, dando campo aos filmes produzidos na sub-região e em outros países com interesses diferentes dos dos guineenses.

A par do cinema, as músicas da vizinha Guinée-Conacri ganham espaço a cada dia que passa em relação às músicas nacionais. Exige-se o redobrar de esforços dos responsáveis das rádios comunitárias locais com vista a mudar essa tendência e ao Estado cabe-lhe adotar medidas que salvaguardem aquilo que representa o interesse comum dos guineenses.

Um alívio para gabuenses e lestenhos em geral foi a recente inauguração pelo Presidente da República, José Mário Vaz, durante a sua ‘Presidência Abeta’, do Centro Emissor da TGB em Gabú, ato que devolveu desta forma as emissões normais da televisão pública guineense à região.

IMIGRANTES CONACRI-GUINEENSE DOMINAM A GABÚ E AMEAÇAM A CULTURA BISSAU-GUINEENSE

A cultura da Guiné-Bissau está muito ameaçada com uma forte aculturação da Guinée-Conacri. Por exemplo, nos períodos do Carnaval, chegam os líderes religiosos da Guinée-Conacri para a pregação nas rádios comunitárias locais, com propósito de difamar a cultura guineense, invocando aspetos da religião.

Até os Conacri-guineenses começam a influenciar na forma de falar dos ‘Fulas’ da região e nosso crioulo perde a cada dia. O português quase não se fala e o francês ganha terreno a cada vez mais.

“Um estrangeiro chega a Guiné-Bissau e em três, quatro dias ou uma semana consegue logo adquirir a nacionalidade guineense, isso é lamentável. Por isso, consideramos tudo isso uma ameaça eminente a juventude guineense. Por exemplo, a Guiné-Bissau pretende completar futuramente o ciclo eleitoral com a realização das eleições autárquicas, mas o país pode enfrentar enormes problemas com isso, dado que aqui temos filhos dos cidadãos da Guinée-Conacri com nacionalidades e estão a estudar, porque têm meios financeiros que os nacionais não têm. Provavelmente que terão melhores condições académicas em relação aos jovens guineenses sem recursos”, chama a atenção este ativista juvenil de Gabú.

No que tange a posse de terra, os cidadãos da Guinée-Conacri adquiriram muitos espaços em Gabú, fato que, na visão deste responsável juvenil, pode vir a ser um foco de desentendimentos entre os nativos guineenses e os estrangeiros.

JUVENTUDE DE GABÚ DESAPROVEITOU ‘EMPREGO JOVEM’ DO PNUD EM 2010

Ainda voltando a questão do emprego, o responsável juvenil lembrou que em 2010, o governo guineense em colaboração com o programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, (PNUD) lançara um projeto denominado Emprego Jovem que formou e financiou muitos jovens na região. Mas depois não houve seguimento adequado, impedindo assim que no futuro outros jovens possam beneficiar da mesma oportunidade.

Ainda nesse particular, o responsável considera que os jovens da capital Bissau são mais privilegiados na medida em que estes beneficiam de mais oportunidades do que os jovens das regiões, que deparam com mais carências.

Contou ainda que este é o fator que motiva a fuga dos jovens para Bissau e sobretudo para exterior de país. No caso da região de Gabú, os jovens vêm a migração como uma das saídas para melhorar as suas vidas e as dos seus familiares.

GABÚ CRIA PLATAFORMA DE ONG’S PARA IMPULSIONAR O DESENVOLVIMENTO

Na tentativa de encontrar saídas para as problemáticas da região, Saico Úmaro Embaló explica que foram ganhar experiências com a plataforma da ONG’s da Região de Bafatá para implementar naquela região.

Segundo nos conta, a Plataforma das ONG’s da região de Gabú ainda se encontra na sua fase inicial, criada no ano passado e já foi legalizada desde o dia 05 de janeiro, e conta com 55 (cinquenta e cinco) organizações inscritas entre associações de base e ONG’s, que operam em diferentes domínios na região.

A Plataforma das ONG tem como objetivo orientar e avaliar a intervenção das ONG’s na região e de criar condições de financiamento para as pequenas associações desenvolverem as suas atividades.

A referida organização perspetiva realizar, dentro de pouco tempo, uma conferência regional da juventude para discutir os principais problemas que afetam a juventude local e vai contar com presença da diáspora. A conferência durará três dias e serão debatidos diferentes temas que falam do desenvolvimento comunitário e reflectirá igualmente sobre a situação da região, desde a problemática das infraestruturas regionais, educação, saúde, emprego, contribuição dos políticos, entre outros.

Saico Umaro Embaló acredita que durante três dias poderão discutir vários problemas que afetam a juventude da região de Gabu. No final sairão recomendações que vão orientar as intervenções das ONG’s e autoridades regionais, no domínio da juventude.

A plataforma das ONG’s da região de Gabú tem nove grupos temáticos, e cada um tem o seu ponto focal. O responsável da juventude que é também Coordenador da Plataforma das ONG’s, considera que é necessário que a organização tenha uma sede com capacidade de poder albergar todos os pontos focais da organização.

Saico Embaló anunciou ainda que já dispõem de um plano de ação no domínio da água e saneamento que orientará todas as organizações que atuam nesse sector, tendo avançado que a plataforma vai procurar meios necessários para a sua implementação.

O responsável sublinhou que a grande dificuldade das organizações juvenis da região consiste no domínio dos recursos humanos, porquanto a maior parte da juventude aposta na migração, deixando as organizações sem recursos humanos capacitados. Afiançando que a organização que representa tem como uma das missões a formação de jovens em matéria de liderança e procurar fundos para ajudar no funcionamento das associações.

O líder da plataforma sustenta que a sua organização criará uma equipa de seguimento e avaliação e orientação da intervenção das ONG’s e Associações de base, para que haja equidade em termos do desenvolvimento a nível da região.

“A região de Gabú já beneficiou de muitos projetos, que acabaram por ficar apenas no papel. Não conseguimos ver nada no terreno. Se perguntar só lhe mostram relatórios. Quantos milhões e milhões de Euros e de Dólares vieram para Gabú, mas são invisíveis no terreno”, notou o responsável, para de seguida assegurar que a sua organização existe para inverter essa situação. Acabar com desperdício de fundos e acumulação de mesmos serviços no mesmo lado.

Sublinhou ainda que o próprio sector de Gabú, sede da região, já beneficiou de vários projetos que acabaram por ficar no papel e que nunca foram implementados na prática.

“Com todos os projetos, só em 2012 foi reparada a sede do Comité de Estado, o mercado novo e algumas infraestruturas de Estado. E o resto ficou assim, se chegassem aqui na época da chuva apanhariam peixe na estrada”.

O sector desportivo também mereceu uma análise do responsável da plataforma e da juventude, que aproveitou a ocasião para advertir às autoridades regionais no sentido de deixar espaços para a prática de desporto.

Revelou durante a entrevista que não se verifica o respeito pelo espaço de lazer para os jovens quando as autoridades abrem novos bairros ou vendem terrenos, informando que só existe um estádio para todo o sector.

A região de Gabú é uma zona economicamente fértil aos cofres da Guiné-Bissau, sendo uma área eminentemente comercial e com fluxo de comércio muito elevado entre as duas repúblicas vizinhas, nomeadamente a Guinée-Conacri e o Senegal.


Por: Alcene Sidibé/Sene Camará, enviados especiais de O Democrata à zona leste
Fotos: SC/CRJ
Fevereiro/março de 2017