segunda-feira, 15 de maio de 2017

CÔTE D'IVOIRE: INTENSOS DISPAROS DURANTE MOTIM DE SOLDADOS

Leia em Francês: Direct – Côte d’Ivoire : des mutineries toujours en cours dans plusieurs casernes d’Abidjan et de Bouaké - jeuneafrique.com    

Abidjan - Intensos disparos eram ouvidos nesta segunda-feira em Abidjan e Buake, epicentro do motim de soldados na Costa do Marfim, segundo habitantes e um jornalista da AFP.

Os amotinados, ex-rebeldes integrados no exército, costumam disparar ao ar para demonstrar a sua indignação com o Governo, a quem exigem o pagamento de prémios que haviam sido prometidos em Janeiro após outro motim.
      
Na capital económica, Abidjan, foram ouvidos muitos disparos procedentes dos acampamentos militares de Akuedo, situados no leste da cidade, segundo uma habitante da zona.

  
Os moradores do leste da cidade não podiam se transferir ao centro de Abidjan, indicou um colaborador da AFP.
      
Também foram ouvidos disparos perto do campo Gallieni, no centro da cidade, que foi um dos epicentros de protesto na última sexta-feira.
      
Em Buake, a segunda cidade do país, os amotinados dispararam rajadas com armas de grande calibre, assustando parte da população e gerando, desde a noite de domingo, rumores sobre um possível ataque da cidade por parte do exército da Côte d’Ivoire.
     
Os amotinados pediram em Janeiro prémios individuais de 12 milhões de francos CFA (18.000 euros), somas importantes para o país africano. No mesmo mês receberam cinco milhões (7.500 euros) e o governo lhes prometeu que pagaria os sete milhões restantes em vários pagamentos a partir de Maio.
    
Na quinta-feira, um representante dos soldados anunciou que eles renunciavam as suas reivindicações financeiras, durante uma cerimónia na presença do presidente Alassane Ouatara, que pareceu colocar um ponto final ao motim.
    
Mas, longe de acalmar a situação, esta cerimónia provocou uma nova onda de protestos neste país da África ocidental, que sofreu as consequências da queda dos preços do cacau, um produto vital para sua economia, e do qual é o primeiro produtor mundial.

Fonte: Angop