Organização
criticou o Governo português pelo "silêncio ensurdecedor" em relação
às violações de direitos humanos em países como Angola e Guiné Equatorial.
Ambos concordam que “discordam” sobre o tema.
A
Amnistia Internacional (AI) e o Governo português "concordaram em
discordar" sobre a situação dos direitos humanos em Angola, com o
primeiro-ministro a demonstrar uma "visão mais otimista" que a da
organização não governamental.
Antes
e depois da reunião com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, na
segunda-feira à noite (05.05), o secretário-geral da Amnistia Internacional,
Salil Shetty, falou aos jornalistas.
"A
nossa perspetiva é que o governo português está, de algum modo, muito
silencioso quando se trata da situação dos direitos humanos em muitos dos
países lusófonos em África e noutros locais", comentou o ativista.
"A
nossa perceção é que as coisas estão a deteriorar-se [em Angola]”, diz Shetty.
AI
pede mais intervenção
Durante
o encontro, a AI apelou ao Governo português para que "eleve a sua
voz" quanto às questões dos direitos humanos em Angola e na Guiné-Equatorial.
“Em
relação a Angola, a nossa preocupação é que têm existido despejos em massa em
muitas comunidades ligadas às indústrias extrativas e outros projetos de
desenvolvimento”, adianta o ativista.
“Estamos
a falar de um grande número de pessoas a serem desalojadas. Todos esses
despejos devem ser suspendidos”, acrescentou o presidente da Amnistia.
Segundo
Salil Shetty, outro problema no país relaciona-se com o comportamento da
polícia e das forças de segurança. “Há muitos casos de detenções arbitrárias,
tortura e maus tratos contra presos e detidos”, lamenta.
Salil
Shetty criticou também a utilização da lei da difamação nestes países para
silenciar dissidentes, considerando-a uma violação do direito à liberdade de
expressão. Leia mais - DW
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