terça-feira, 6 de maio de 2014

AMNISTIA INTERNACIONAL CRITICA SILÊNCIO DE PORTUGAL SOBRE VIOLAÇÕES EM PAÍSES AFRICANOS


Organização criticou o Governo português pelo "silêncio ensurdecedor" em relação às violações de direitos humanos em países como Angola e Guiné Equatorial. Ambos concordam que “discordam” sobre o tema.

A Amnistia Internacional (AI) e o Governo português "concordaram em discordar" sobre a situação dos direitos humanos em Angola, com o primeiro-ministro a demonstrar uma "visão mais otimista" que a da organização não governamental.

Antes e depois da reunião com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, na segunda-feira à noite (05.05), o secretário-geral da Amnistia Internacional, Salil Shetty, falou aos jornalistas.

"A nossa perspetiva é que o governo português está, de algum modo, muito silencioso quando se trata da situação dos direitos humanos em muitos dos países lusófonos em África e noutros locais", comentou o ativista.

"A nossa perceção é que as coisas estão a deteriorar-se [em Angola]”, diz Shetty.

AI pede mais intervenção
Durante o encontro, a AI apelou ao Governo português para que "eleve a sua voz" quanto às questões dos direitos humanos em Angola e na Guiné-Equatorial.

“Em relação a Angola, a nossa preocupação é que têm existido despejos em massa em muitas comunidades ligadas às indústrias extrativas e outros projetos de desenvolvimento”, adianta o ativista.

“Estamos a falar de um grande número de pessoas a serem desalojadas. Todos esses despejos devem ser suspendidos”, acrescentou o presidente da Amnistia.

Segundo Salil Shetty, outro problema no país relaciona-se com o comportamento da polícia e das forças de segurança. “Há muitos casos de detenções arbitrárias, tortura e maus tratos contra presos e detidos”, lamenta.

Salil Shetty criticou também a utilização da lei da difamação nestes países para silenciar dissidentes, considerando-a uma violação do direito à liberdade de expressão. Leia mais - DW

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