No nordeste da Nigéria foram raptadas mais oito raparigas, com idades entre os 12 e os 15 anos. Suspeita-se que tenham sido sequestradas pelo mesmo grupo, o Boko Haram.
A cólera das famílias, face ao que consideram de impassividade por parte das autoridades, aumenta.
Desde ontem que se sabe que as mais de 200 jovens estão nas mãos dos Boko Haram, depois de o grupo ter publicado um vídeo na internet a assumi-lo, mas continua a desconhecer-se o seu paradeiro. Fala-se que algumas poderão ter sido já retiradas do país.
À saída da reunião de ministros do Conselho da Europa, o ministro dos negócios estrangeiros britânico, mostrou a sua indignação e ofereceu ajuda:
“Oferecemos ajuda prática. O que aconteceu aqui, as ações do Boko Haram, usando as jovens como despojos de guerra, despojos de terrorismo, é hediondo. É imoral. Mostra a todos, em todo o mundo, que não devem dar qualquer apoio a uma organização tão vil.”
Quase trezentas jovens, foram sequestradas há mais de 20 dias, quando estavam na escola, na cidade de Chibok, no nordeste da Nigéria. Cinquenta e três conseguiram fugir mas mais de duas centenas continuam em cativeiro. euronews - video
Leia também: Boko Haram: “Raptei as vossas raparigas. Vou vendê-las”
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“Raptei as vossas raparigas. Vou vendê-las no mercado”: palavras do líder do movimento islamita radical Boko Haram, que reivindicou o rapto de perto de 300 adolescentes, em abril, no nordeste da Nigéria.
Num vídeo com quase uma hora, cuja autenticidade ainda está a ser verificada, o líder do grupo extremista islâmico, Abubakar Shekau, afirma nomeadamente que crianças de nove anos serão vendidas para casar.
Uma das raparigas que conseguiu escapar aos raptores relatou que as jovens chegam a ser violadas 15 vezes por dia.
O presidente da Nigéria pediu o apoio da comunidade internacional e a Casa Branca afirma estar a acompanhar o que classifica de “afronta e horrível tragédia” e promete fazer todos os possíveis “para encontrar e libertar essas raparigas”.
As Nações Unidas também já apelaram a uma resposta “urgente” da comunidade internacional para que se possa “devolver com segurança as raparigas às suas casas”.
A população da maior economia africana está revoltada com a incapacidade das autoridades para deter o Boko Haram e dá voz à sua ira nas ruas de Abuja e Lagos.
Relatos não confirmados, afirmam que algumas raparigas já terão sido vendidas por 12 dólares cada, pouco mais de 8 euros.
O rapto ocorreu há três semanas, a 14 de abril, numa escola em Chibok, no Estado de Borno, uma região onde o Boku Haram é particularmente ativo. De acordo com as autoridades, 53 estudantes conseguiram fugir, 223 continuam em cativeiro. euronews - video