sexta-feira, 16 de maio de 2014

CABO-VERDE: ONU AVISA QUE PARCERIA CABO VERDE/UE NÃO VAI RENDER MUITO NO FUTURO


O Secretário Executivo das Nações Unidas para a África (UNECA) avisou hoje que a parceria Cabo Verde-União Europeia não vai render muito no futuro, sugerindo a Cabo Verde que se ligue aos países que mais crescem em África.

Carlos Lopes(na foto), que falava na sessão plenária especial sobre mudanças das mentalidades, enquadrada no II Fórum de Transformação de Cabo Verde 2030, deu como exemplo Marrocos, outro país que fez um acordo especial com a União Europeia mas que agora está a fazer uma "inflação total" da sua estratégia para se concentrar na África.

"Se Marrocos está a conseguir fazer isso, acho que Cabo Verde também pode", admitiu o também Secretário Geral-adjunto das Nações Unidas, dizendo que é preciso Cabo Verde ter uma "relação estruturada" com a África.

"Não pode ser 'slogans' nem ideologia política. É pragmatismo. Só a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) está a crescer a 6 por cento ao ano e é uma das regiões da África que cresce menos. O seu comércio externo aumentou 18% nos últimos cinco anos e os seus investimentos aumentaram 25%", deu como exemplo o orador da sessão especial, que vai mais longe, aludindo à economia da Nigéria, que passou a ser a maior do continente, com 550 bilhões de dólares.

"A combinação do Produto Interno Bruto (PIB) de África teria assento no G7. Quando Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, se senta nas reuniões do G7, ele representa as economias da União Europeia, que, combinadamente, são umas das sete maiores do mundo. Mas se houvesse justiça neste mundo, a senhora Nkosazana Dlamini-Zuma, presidente da Comissão Africana, sentava-se ao lado", notou Carlos Lopes, exortando a uma "realização do potencial da África".

Na sua comunicação, Carlos Lopes disse também que Cabo Verde não poderá ser uma praça financeira em África com bancos portugueses, mas o Primeiro-ministro cabo-verdiano entendeu que a questão não tem a ver com bancos portugueses, ingleses, franceses ou americanos, mas sim com uma "profunda mudança" no sistema financeiro do arquipélago na forma de pensar e gerir os bancos. Fonte: Aqui