quinta-feira, 8 de maio de 2014

O ÚLTIMO REDUTO DA REPÚBLICA DA GUINÉ - BISSAU


Por: Dr. Wilkinne
Fonte: Aqui

Actualmente, parece que o Sector da Defesa e Segurança é o último reduto da actividade do Estado que ainda mantém alguma independência e liberdade.

Mas, talvez, por isso, seja o alvo preferencial de ataques, por parte de algumas organizações e entidades, que exigem a sua reforma urgente, sujeitando o Sector a um estado de tensão permanente (absolutamente insustentável), de desgaste rápido (física e psicologicamente), tanto pelas intrigas e falta de verdade (nas propostas negociais), como pela desinformação existente, aparentemente, orquestradas com intenções pouco sérias, com motivações (diz-se) de natureza étnica e de Poder total.

Contudo, sem um critério confiável, sem uma base de negociação credível, que seja considerada justa e adequada, qualquer iniciativa, nesse sentido, dará sempre azo a que a apregoada Reforma das Forças de Defesa e Segurança seja interpretada como mero ajuste de contas, numa perspectiva revanchista, e não como um verdadeiro desígnio nacional, uma solução efectiva, em benefício da Paz e Estabilidade.

Num quadro de uma política de transparência e verdade, em que odiálogo construtivo seja o fio condutor de uma linha de acção, com demonstração clara (com prova irrefutável) de que, noutros sectores do Estado, também, se estão a realizar idênticas Reformas, com os mesmos critérios de transparência e fiabilidade, estamos certos que chegará um momento em que o interesse nacional ditará a melhor solução, a bem da Paz e da Estabilidade! 

O bom senso, todavia, leva a pensar que nenhuma solução, baseada na coacção ou ausência de critérios, suficientemente, claros e objectivos, formulados com uma perspectiva de Justiça e respeito pelos Direitos adquiridos, com garantia de cumprimento das obrigações assumidas eobjectivação da compensação devida, tal como se impõe em qualquer tipo de negociação (na gestão empresarial e na Administração pública), qualquer diálogo, nesse sentido, corre o risco de esbarrar num mal-entendido, sempre desgastante e indesejável.

A verdade é que, na nossa Administração Pública (no País e nas representações diplomáticas), ainda predominam Funcionários nomeados pelo critério de ligação partidária, cuja justificação, por vezes, só se encontra numa base de afinidade étnica, familiar ou conjugal, que mina toda a credibilidade!

A experiência de 40 anos de má governação, desmando e corrupção, firmou, na consciência dos Guineenses, de que a nomeação para os cargos públicos deve ser, com base na competência técnica e capacidade intelectual, isenção e idoneidade moral, independentemente do Partido que detenha o Poder, da filiação partidária ou do estatuto de independente.

É evidente que essa não é ainda a nossa realidade!

Dr. Wilkinne