O nível de prevalência do HIV subiu para 13.2%, segundo Ministério moçambicano da Saúde. Tete regista a menor prevalência com 5.2% e Gaza a taxa mais elevada com 24.4%.
Em Moçambique o nível de prevalência do HIV subiu para 13.2%, segundo dados divulgados pelo ministério da Saude. Tete regista a menor prevalência com 5.2% e Gaza a taxa mais elevada com 24.4%. Moçambique é um dos países com maior numero de casos de HIV SIDA no mundo.
Estatísticas divulgadas esta segunda-feira (08.05.) pelo Ministério moçambicano da Saúde indicam que o nível de prevalência do HIV aumentou de 11.5% em 2009 para 13.2% em 2015.
Comparando os estudos realizados nos dois anos, a prevalência do HIV aumentou em quase todo o pais, nomeadamente em oito das dez províncias, à exceção de Manica e Tete. Tete regista a menor prevalência com 5.2% e Gaza a taxa mais elevada com 24.4%.
O estudo indica, igualmente, que durante o período de 2009 a 2015 o nível de prevalência duplicou na província do Niassa.
Mulheres e áreas urbanas
O maior numero de seropositivos no pais regista-se nas mulheres e nas áreas urbanas.
O Diretor Nacional de Saúde Pública, Francisco Mbofana, que chefiou a equipa de investigação, afirmou que os intervalos de confiança dos dois inquéritos sobrepõem-se, o que indica que o aumento da prevalência não é estatisticamente significativo. Apontou, no entanto, como algumas das causas do aumento do nível de prevalência do HIV em Moçambique "a expansão do tratamento pode contribuir para o aumento do número de indivíduos com infeção. Vivem mais tempo. Persistem também alguns comportamentos de risco. Em 2011 estivemos melhor em termos de conhecimento. O financiamento para a área de prevenção pode ser uma das razões. Temos que pensar sobre isso."
Os comportamentos de risco identificados incluem o não uso do preservativo nas relações sexuais.
A Coordenadora nacional do Fundo do Governo Americano de apoio ao combate ao HIV-SIDA em Moçambique, Jacqueline Cisonga, afirmou que o estudo mostra que há muito trabalho a fazer para que as pessoas estejam protegidas e tenham tratamento contra a doença.
Campanha do CNCS
"Vejo que há um problema com os jovens que talvez não conhecem exatamente o que é e como proteger-se mas também problemas nas diferentes províncias onde o nível de prevalência esta a subir agora".
Ajustar as estratégias aos resultados do estudo
Por seu turno, a Secretária Executiva Adjunta do Conselho Nacional de Combate ao Sida, Idalina Libombo, ouvida pela DW África, considerou que neste momento devem ser ajustadas as atuais estratégias aos resultados do estudo.
Idalina Libombo sublinhou que como os resultados do documento apontam acima de tudo que o nível de conhecimento sobre o HIV baixou principalmente na camada jovem será necessário trabalhar junto deste grupo alvo sem descurar a população em geral.
"A informação tem que ser permanente e acima de tudo usar as nossas línguas nacionais, as rádios comunitárias, os lideres comunitários e fazer um grande trabalho com as famílias moçambicanas".
O Diretor Nacional de Saúde Pública, Francisco Bofana, deixou a seguinte mensagem:
"Não nos podemos iludir de que há tratamento e que com o tratamento a pessoa vive mais tempo, porque o HIV ainda é um problema sério de saúde pública aqui no pais."