quinta-feira, 4 de maio de 2017

OPINIÃO

“PITU DI BAKA PROIBIDO”…


Nancy Germano Schwarz Okeigwe
Nancy Germano Schwarz Okeigwe, é uma senhora guineense de 44 anos de idade. Será para já a primeira cidadã a manifestar o desejo de se candidatar às eleições presidenciais de 2019. A candidatura é bem-vinda e a iniciativa é também louvável por dois motivos: primeiro, por ter partido de uma mulher. De certeza teve que vencer inúmeros obstáculos para tomar esta decisão. Em segundo lugar, porque a atitude em si é um sinal claro de censura à direcção dos destinos colectivos no nosso país.

Olhando portanto para o outro lado da moeda, devo confessar que nunca vi a Nancy Okeigwe nem mais gorda nem mais magra. Quem conhece a senhora Okeigwe, pessoalmente ou através de uma obra que tenha publicado ou realizado para a Guiné-Bissau?

Acabei de tomar conhecimento sobre a sua pretensão em candidatar às presidenciais há pouco no blog. “Rispito". Posso dizer que foi uma surpresa agradável, pelos motivos que já referi anteriormente. A informação disponibilizada diz-nos que aos 14 anos (1987) a senhora foi para Cuba, onde permaneceu durante 5 (cinco) anos (até 1992, ano em que partiu para Portugal). A Nancy Okeigwe disse ter sido criada pela mãe e avós. Mostra ter começado a participar em actividades cívicas aos 16 anos de idade. Dois anos portanto, depois de ter chegado a Lisboa, onde veio a se formar em sociologia pela Universidade Lusófona. A senhora conta que é casada, mas não cita o nome do seu marido e nem menciona se tem filhos ou não. Descupe a minha santa ignorância, mas estou curioso em saber a origem do apelido Schwarz (alemão?) e Okeigwe (nigeriano?).  

Senhora Okeigwe, ajuda-nos a conhecer-lhe melhor e também ao seu projecto político. Por outro lado, permita-me que lhe informe de que o povo guineense jurou não voltar a passar “cheque em branco” a nenhum candidato político. A foto postada demonstra a beleza das mulheres guineenses. É muito bonita, mas beleza, como já disse, é o que mais temos. Agora, competência política, tem sido o nosso drama.


Senhora Okeigwe, é, acima de tudo, fundamental ter ambição política para dirigir o nosso povo mártir, porque, cá, entre nós – pondo de lado os preconceitos em termos de género – o poder é masculino. Reconheço que nada impede que a senhora não venha a conseguir estar à altura. Ai, esqueci-me de lhe deixar o recado de que não adianta fazer de conta que está num desfile de moda par se publicitar em vez de encarar a realidade como o figurino eleitoral manda. Pela sua beleza facial, pacificaria, de facto, todos os ânimos. Seria alegria permanente no Palácio da República, em vez da postura sisuda reinante. 

Activismo cívico faz parte da realidade dos movimentos da sociedade civil e não se pode confundir com propostas para representar uma comunidade política.     

Nababu-Nadjinal