Dois professores afectos na Escola Primária Completa de Madjadjane, no distrito de Matutuíne, província de Maputo, são indiciados de terem abusado sexualmente de duas alunas, desde o ano passado até agora.
Segundo dados na posse do Canalmoz, em 2013 uma aluna da 6a classe, com 14 anos de idade, foi abusada sexualmente por um professor identificado por Ernesto Novela.
Este ano, uma outra estudante, que ainda não completou 14 anos de idade, foi sexualmente abusada, e a comunidade escolar acusa o professor Silva Mandlate de ter perpetrado o abuso.
A populaçãoa de Madjadjane está preocupada com esta situação e acusa a direcção da escola de estar a proteger os professores envolvidos nestes casos.
Conselho da escola confirma
O presidente do conselho da escola primária de Madjadjane, Artur Mazive, confirmou ao Canalmoz a ocorrência dos factos e diz que já alertou o chefe da localidade de Madjadjane.
“Nós já fizemos a nossa parte. Comunicámos às autoridades administrativas locais. Cabe ao director da escola informar à direcção distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Matutuíne sobre o que está acontecer”, disse Mazive.
Acrescentou que, até ao momento, ainda não se registou um caso de gravidez. Mas, nos casos de abuso sexual, o conselho de escola falou com os professores envolvidos.
“Estamos a gerir o assunto. Já mandámos uma carta à localidade. No ano passado, tivemos um caso. Este ano, também. Isto é grave. Se o director da escola não quiser agir, vamos levar o caso até ao distrito”, promete Mazive.
Apelo da DPE ignorado
O apelo lançado por Silvestre Valente Dava, chefe do departamento pedagógico na Direcção Provincial de Educação de Maputo, através do Canalmoz, no início do ano lectivo de 2014, foi ignorado pelos professores de Madjadjane.
Dava apelou, na ocasião, aos professores da província de Maputo para se absterem de comportamentos desviantes durante o processo de ensino e aprendizagem.
“No passado, a educação da rapariga era problema sobretudo nos distritos de Magude, Matutuíne, Manhiça e Moamba. A prioridade das comunidades em relação à rapariga não era a escola, mas sim tarefas domésticas”, disse, sublinhando que agora, devido à sensibilização, a população percebe a necessidade de educar as meninas.