Queria recordar-vos que em tempos - em finais de Fevereiro deste ano - o controversista deputado Sola Nquilin Na Bitchita, do Partido da Renovação Social (PRS), disparou-se, aparentemente, de forma descontrolada, durante uma sessão ordinária dos trabalhos parlamentares na Assembleia Nacional Popular (ANP), em Bissau, delirando e dizendo o seguinte: "ser inaceitável que figuras que cometeram crimes durante o período de transição que se seguiu ao golpe militar de 12 de Abril de 2012, estejam a passear impunemente no país, enquanto os dirigentes derrubados pelo movimento militar se encontram no estrangeiro contra a sua vontade”. Desde essa altura até a presente data, não se agendou nenhum debate em torno do tema na ANP.
Se os deputados são emissários e representantes dos seus eleitores na Casa do Povo, ou Parlamento, não deixa de ser estranho que tratem, à socapa, um tema tão delicado como esse nas costas do povo. Afinal de contas, a dita visita de intercâmbio parlamentar dos deputados da Guiné-Bissau ao parlamento português tinha como objectivo assinar o “retorno dos dirigentes derrubados no golpe de Estado de 12 de Abril de 2012”, inclusive, de Nhu Charles. Consta que sem ter, de facto, alguma vez, promovido debate nacional sobre o assunto, os deputados da ANP, tanto do PAIGC como do PRS, comprometeram-se a garantir-lhes, também, a protecção. O que implica que a "horda tribal" de Charles - como ele injuria as nossas gloriosas forças de defesa e segurança - estará dispensada da sua tarefe constitucional de garantir segurança a todos os cidadãos. Conclusão: está-se a tentar consolidar um Estado mafioso dentro do nosso Estado.