Disparos e explosões foram ouvidos esta terça-feira no Burundi, pouco antes da abertura das assembleias de voto para as eleições presidenciais, na zona de Musaga, a sul de Bujumbura, segundo um jornalista da AFP e vários habitantes.
De acordo com um responsável da polícia, que falou sob anonimato, um agente foi morto durante a noite na explosão de uma granada em Mutakura (norte). Testemunhas afirmaram também que um civil foi morto a tiro durante a noite em Nyakabiga (este), em circunstâncias desconhecidas.
As assembleias de voto abriram hoje, terça, pelas 05h00 (hora de Luanda).
As eleições presidenciais decorrem no Burundi no meio de uma crise política, marcada, nos últimos dois meses e meio, por violência, uma tentativa de golpe de Estado e confrontos entre exército e rebeldes.
A crise foi desencadeada pela candidatura do Presidente Pierre Nkurunziza a um terceiro mandato.
ONU apela à calma e ao diálogo
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou ontem, segunda-feira, às autoridades do Burundi para «fazerem tudo para garantir a segurança e a realização pacífica» da eleição presidencial.
Em comunicado publicado horas antes do início do escrutínio, Ban Ki-moon instou «todas as partes a evitarem todas as formas de violência que possam comprometer a estabilidade do Burundi e da região» e «reiterou o seu apelo à retomada de um diálogo franco».
Recordando que a Missão de Observação Eleitoral das Nações Unidas no Burundi (MENUB) destacou observadores para acompanhar as eleições, o secretário-geral da ONU instou «todas as partes a facilitarem o cumprimento da sua missão» e pediu em particular ao governo para «assegurar a segurança dos observadores».
Cerca de 3,8 milhões de nacionais do Burundi elegem hoje o seu Presidente, numa votação denunciada pela oposição e sociedade. Fonte: Aqui