segunda-feira, 20 de julho de 2015

TCHAD: JULGAMENTO DO EX-PRESIDENTE TCHADIANO MARCA VIRAGEM DA JUSTIÇA EM ÁFRICA

Genebra - O julgamento do antigo presidente do Tchad, Hissène Habré, num tribunal especial no Senegal marca "uma viragem da justiça em África", considerou nesta segunda-feira, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (HCDH), Zeid Ra'ad Al Hussein.
 
Este julgamento "perante as Câmaras Extraordinárias africanas" só foi possível "graças às vítimas e a sua incansável e notável petição à justiça e ao estabelecimento das responsabilidades pelas graves violações dos direitos humanos cometidos durante os oito anos de governação de Habré", afirma Zeid num comunicado do HCDH.
 
Este julgamento mostra igualmente, na sua óptica, que "os dirigentes acusados de crimes graves não devem supor que irão escapar infinitamente da justiça".
 
A 22 de Agosto de 2012, um acordo foi assinado entre o Senegal, país onde Hissène Habré se encontra refugiado, e a União Africana dando poderes às Câmaras Extraordinárias africanas no seio da justiça senegalesa para julgar os presumíveis autores de crimes internacionais cometidos entre 1982 e 1990 no Tchad, incluindo o genocídio, os crimes contra a humanidade, os crimes de guerra e os actos de tortura.
 
O ex-presidente tchadiano, Hissène Habré, será julgado a partir desta segunda-feira no Senegal.
 
É a primeira vez que um antigo chefe de Estado africano deverá responder pelos seus actos num tribunal de um outro país de África.
 
Hissène Habré, 72 anos, está sob detenção há dois anos no Senegal, onde encontrou refúgio após ter sido derrubado pelo actual presidente, Idriss Deby Itno.
 
O ex-estadista é acusado de "crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crimes de tortura" durante o seu mandato (1982-1990) que deixaram cerca de 40 mil mortos, segundo as organizações de defesa dos direitos humanos. Fonte: Aqui

Leia também: Hissein Habré presente na sala de julgamento em Dakar