terça-feira, 21 de julho de 2015

VACINA CONTRA O ÉBOLA TESTADA EM LARGA ESCALA

A primeira vacina contra o ébola vai mesmo avançar. Conta o El País que a farmacêutica inglesa GSK já avançou para a segunda fase de desenvolvimento da investigação, estando o medicamento em teste em 3 mil adultos e 600 crianças da África Ocidental, em países próximos do mais afetados pelo vírus (Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri). A epidemia matou 11 276 pessoas, em 27 678 casos, segundo os números da OMS (publicados a 12 de julho). Para os investigadores, a maior dificuldade assenta agora na redução de novos casos. Em julho foram «apenas» 80, o que torna difícil comprovar a eficácia do tratamento. «É muito positivo para a sociedade que o vírus não se esteja a reproduzir, mas isso complica os avanços da investigação», segundo Virgilijus Jasiukevicius, responsável internacional de desenvolvimento de vacinas da GSK.
 
Depois de ser testada em macacos, com 90% de resultados positivos, avançou-se em janeiro para os primeiros testes em humanos – com 200 voluntários, saudáveis, do Mali, do Reino Unido e de outros pontos europeus. No final desta primeira fase, a GSK comunicou que se verificava «um perfil de segurança aceitável».
 
Agora, decorre a segunda fase de testes, na Nigéria, no Senegal, no Gana ou nos Camarões. Alguns estudos, começados em fevereiro, já terminaram, mas ainda não há resultados. A passagem da fase I para a fase II, devido ao compromisso global e à responsabilidade social, foi muito rápida. Decorreu no espaço de um ano, sendo o normal entre dois e cinco anos. A GSK diz que isto foi possível porque as suas equipas se empenharam realmente neste projeto, perante o alarme social que a doença causou. Mas também é verdade que a farmacêutica já procurava há uma década uma vacina para o ébola.
 
«Não sabemos quando é que obteremos uma vacina eficaz, porque agora é difícil avançar para a fase III», acrescentou Jasiukevicius. Essa terceira etapa consiste num aumento do número de pessoas a quem o medicamento é administrado. E formam-se dois grupos: o primeiro recebe a vacina experimental, e o segundo recebe outra. Depois, analisa-se de que forma evoluem os dois grupos quando há um surto do vírus. Só que agora, não havendo surto, não se pode avançar para esta fase das pesquisas.
 
A GSK quer agora, também, o apoio dos parceiros de desenvolvimento dos países africanos para financiar a distribuição da vacina, caso se verifique que esta é de facto segura e eficaz. O projeto de desenvolvimento deste medicamento faz parte dos programas de responsabilidade social da farmacêutica, consistindo numa colaboração público-privada em que afundação Bill e Melinda Gates também está envolvida. Fonte: Aqui