Gaberone - O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, disse que a instabilidade política que se vive na Guiné-Bissau e no Reino do Lesotho preocupa, sobremaneira, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Citado pela agência de notícias moçambicana AIM em Gaberone, a capital do Botswana, Baloi disse que a comunidade regional defende que os intervenientes devem encontra uma solução urgente para os problemas prevalecentes, em prol de defesa dos interesses da maioria, que é o povo.
Segundo Baloi, para o caso do Lesotho, há sinais claros de o cenário estar a caminhar para a normalização depois da intervenção do vice-presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, em colaboração com o Primeiro-ministro do Lesotho Pakalitha Mosisili.
“Está a se investigar a morte do antigo comandante do exército e, a partir dessa intervenção não houve escaramuças. Está a parecer que tudo está bem encaminhado”, disse Baloi, falando sobre esta matéria que foi abordada na reunião do Conselho de Ministros da SADC em Gaberone.
A questão do Lesotho, segundo Baloi, não se trata de um problema, como tal, porque o Governo está a funcionar e garante que a questão está a ser resolvida.
A SADC, segundo Baloi, defende que os países da região devem ter capacidade endógena para resolver os problemas que aparecem tendo em conta que não existe nenhum país livre de divergências.
“Quanto a situação na Guiné-Bissau, a posição defendida pela SADC é de que todos os actores políticos e militares devem agir respeitando a ordem constitucional e em nenhum momento os interesses pessoais devem se sobrepor aos da maioria”, disse Baloi.
Em tempos anteriores havia a tendência de culpar os militares, mas depois que as eleições foram realizadas os militares ficaram quietos, disse Baloi, lamentando o facto de os egos das pessoas se sobreporem aos do povo.
“Nós pensamos que os militares eram os culpados de tudo e que as eleições seriam o ponto de viragem, mas está notar-se que estavam a ser usados. Quem está a criar problemas são os políticos, o que é lamentável”, acrescentou.
O governante destacou que Moçambique está atento aos acontecimentos e pronto a dar o seu contributo para a sua solução.
Desta vez ficou provado que os militares estão a ser usados para defender interesses dos políticos, pois, as querelas que surgiram, e deram origem ao conflito actual na Guine Bissau, envolvem o Primeiro-ministro e o Presidente da República.
“é preciso que alguns políticos mudem a sua forma de estar na política e estarem lá para servirem os interesses do povo. Esperávamos que a estabilidade alcançada com a realização das eleições fosse consolidada, porque a crise compromete a estabilidade interna”, insistiu o chefe da diplomacia moçambicana.
Baloi afiançou que se o cenário não for resolvido poderá levar a realização de novas eleições que o país dificilmente vai encontrar recursos para poder realizá-las, porque os parceiros suspenderam a cooperação. ANGOP