Luanda
- O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, disse em Luanda, que
"internamente" a direcção do MPLA, partido no poder em Angola, já
está a discutir a questão da sua substituição nos destinos do país e desta
formação política.
"Realmente
estamos a discutir este assunto internamente no MPLA, de como será a
transição", referiu num excerto de uma entrevista concedida, recentemente,
a cadeia de Televisão brasileira, TVBand.
Explicou que se está a "ensaiar vários modelos" da forma como a transição deverá ser feita.
"Se é feita primeiro a nível do Estado, se é feita primeiro a nível do Partido, se se faz de uma vez, (...) enfim estamos a estudar". "Pode levar o seu tempo, tendo sempre em conta que é preciso manter a estabilidade", asseverou o Chefe de Estado angolano.
Explicou que se está a "ensaiar vários modelos" da forma como a transição deverá ser feita.
"Se é feita primeiro a nível do Estado, se é feita primeiro a nível do Partido, se se faz de uma vez, (...) enfim estamos a estudar". "Pode levar o seu tempo, tendo sempre em conta que é preciso manter a estabilidade", asseverou o Chefe de Estado angolano.
Instado
a comentar sobre o tempo em que está no poder no país , desde 1979, disse:
" Eu acho que é muito tempo, (...) até demasiado, mas também temos que ver
as razões de natureza conjuntural que nos levaram a essa situação".
O
país esteve em guerra durante muito tempo, explicou o Presidente da
República, para depois anuir que por esta razão "não pode consolidar
as instituições do Estado e nem sequer pode tornar regular o funcionamento do
processo de democratização" .
"Por isso muitas vezes as eleições tiveram que ser adiadas", sublinhou o Titular do Poder Executivo para depois dizer que "se tivéssemos retomado o processo regular de realização de eleições, em 1992, depois das primeiras eleição (...) certamente eu já não estaria aqui". (Risos)
"Por isso muitas vezes as eleições tiveram que ser adiadas", sublinhou o Titular do Poder Executivo para depois dizer que "se tivéssemos retomado o processo regular de realização de eleições, em 1992, depois das primeiras eleição (...) certamente eu já não estaria aqui". (Risos)
"Mas
a conjuntura não permitiu que se realizassem eleições, (...) fui ficando até
que realizamos estas eleições", realçou o Presidente, admitindo que
"daqui para a frente as coisas vão mudar".
O Presidente da Republica, noutra parte da entrevista, considerou que os empreendedores e empresários, entre outras classes, também devem "ter poder económico e financeiro" para criar empregos, tal como funcionam as sociedades modernas.
O Presidente da Republica, noutra parte da entrevista, considerou que os empreendedores e empresários, entre outras classes, também devem "ter poder económico e financeiro" para criar empregos, tal como funcionam as sociedades modernas.
Lamentou
que "nem sempre há este entendimento ainda no espírito das pessoas".
Para José Eduardo dos Santos, o empresário tem um determinado papel para cumprir. "Não é só acumular riquezas e acumular dinheiro e mandar lá para fora, (...) mas é acumular o dinheiro, sim, para investir, criar emprego para criar cada vez mais riqueza e melhorar a vida de todos".
Para José Eduardo dos Santos, o empresário tem um determinado papel para cumprir. "Não é só acumular riquezas e acumular dinheiro e mandar lá para fora, (...) mas é acumular o dinheiro, sim, para investir, criar emprego para criar cada vez mais riqueza e melhorar a vida de todos".
Disse
que o Governo "tem que ser sempre o elemento moderador, árbitro, e
capaz de fazer a gestão dos desequilíbrios, para que eles não sejam tão
evidentes que nos levem a crises sociais".
Relativamente
à cooperação com a China, o Presidente disse que as relações com este país
asiático "são boas", baseando-se fundamentalmente numa política de
financiamento das exportações e venda de serviços, assim como da realização de
empreitadas em Angola.
Pontualizou
que "não há ainda um investimento directo forte", começando agora a
existir algum investimento directo chinês, portanto "não é bem a ideia de
que passa pelo mundo de que a China vem e investe, não. (...) Angola
poupa serviços e paga, claro com créditos que são comerciais e com condições
que são favoráveis, boas, etc".
Uma das virtudes que existem com o relacionamento chinês prende-se com o facto deste pais "não estabelecer muitas condições políticas para se ter acesso a relação económica", fez vincar o Presidente da República.
Existe aí uma relação de separação entre o comércio, relação económica e as políticas o que "nem sempre é assim no ocidente" que muitas vezes "condiciona os fluxos financeiros a determinadas obrigações no plano político da parte dos Estados africanos".
Com o Brasil as relações são igualmente boas e terão melhorias, a julgar pela vontade política existente entre os dois países . Os laços são muito fortes do ponto de vista de consanguinidade, cultural e histórico.
Uma das virtudes que existem com o relacionamento chinês prende-se com o facto deste pais "não estabelecer muitas condições políticas para se ter acesso a relação económica", fez vincar o Presidente da República.
Existe aí uma relação de separação entre o comércio, relação económica e as políticas o que "nem sempre é assim no ocidente" que muitas vezes "condiciona os fluxos financeiros a determinadas obrigações no plano político da parte dos Estados africanos".
Com o Brasil as relações são igualmente boas e terão melhorias, a julgar pela vontade política existente entre os dois países . Os laços são muito fortes do ponto de vista de consanguinidade, cultural e histórico.