domingo, 17 de novembro de 2013

MOÇAMBIQUE – ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS: INCENDIARAM PALCO DO COMÍCIO DA FRELIMO


 


Incendiado palco de comício da Frelimo na Beira
 
Desconhecidos incendiaram durante a noite o palco para o comício de encerramento da campanha eleitoral da Frelimo, na Beira, disseram à Lusa residentes na segunda cidade do país.
 
"O atrelado do camião que ia servir de palco está totalmente carbonizado e estão a substituí-lo por outro atrelado", disse à Lusa, por telefone, uma testemunha ocular.
 
O palco estava instalado no Campo de Samora, no bairro de Matacuane, para o comício de encerramento, hoje, da campanha de Jaime Neto, da Frelimo, ao município da Beira, nas eleições de quarta-feira.
 
A vandalização do palco surgiu após um dia de confrontos entre apoiantes da Frelimo, partido no poder, e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), da oposição e que governa o município da Beira, seguidos de intervenção policial, que dispersou o comício de encerramento do MDM.
 
Um balanço feito no sábado à Lusa por um responsável do Hospital Central da Beira indicava a existência de 26 feridos em resultado da violência na cidade.
 
"A situação na Beira está tensa, mas calma", avançou outro residente na cidade, indicando como sinal de "normalidade" o facto das diversas igrejas estarem "cheias de fiéis" na celebração de cultos.
 
O MDM, que recandidata o seu presidente, Daviz Simango, a um novo mandato na autarquia, prolongou a sua campanha eleitoral que devia ter terminado no sábado com o comício no bairro da Munhava, entretanto dissolvido pela polícia.
 
Hoje, último dia de campanha, o terceiro partido parlamentar fará campanha nos bairros da cidade.
 
Lusa
 
Beira acordou hoje retraída e sob forte cordão de segurança
 
O bairro da Munhava, o mais populoso da Beira, centro de Moçambique, palco de confrontos entre polícia e populares, no sábado, acordou hoje retraída, sob forte cordão de segurança, que protege a sede da Frelimo, ameaçada de invasão.
 
"Os disparos da polícia continuaram pela madrugada, e os jovens têm sido alvo de torturas" conta à Lusa Justina Manuel, que perdeu nos confrontos os "pingos", gelo de fruta, o negócio com que sustenta a família.
 
"Ainda ressentimos da agressão da polícia. Foi dramático viver a situação, pois as crianças foram desmaiando noite adentro" descreve Antonieta Rodrigues, que se refugiou com a filha no interior da primeira casa que avistou, quando começaram os confrontos.
 
O trânsito, na principal estrada do bairro, continua condicionado depois da retirada, no princípio da manhã de hoje, de uma viatura incendiada e um contentor de lixo que bloqueavam a via.
 
No culto religioso da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, na berma do campo, onde a polícia disparou e lançou gás lacrimogéneo contra os apoiantes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), durante o comício de Daviz Simango, foram invocadas as vitimas do incidente.
 
"A segurança ainda não é das melhores no bairro da Munhava" precisou Elisabete Azevedo-Harman, observadora eleitoral do Electoral Institute of Southern África (EISE), que saiu ilesa dos confrontos.
 
A sede local da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) está isolada, e um contingente policial guarnece uma dezena de simpatizantes do partido no poder, empunhando dísticos e bandeiras.
 
Por perto, um grupo de vendedores de cabritos lamenta os confrontos de sábado e a presença da polícia "que estraga o negócio, por intimidar os clientes".
 
Lusa
 
*Título PG