Atenção camaradas e compatriotas, o momento é, de novo, crucial. Está em curso um golpe de Estado palaciano na nossa terra. Há pouco falou-se em “manobras de unanimismo” por parte do DSP. Mas, no fundo, não é disso que se trata. Onde realmente o DSP pretende chegar, com esses ziguezague e reuniões agendadas com deputados na ANP, com intenção clara e assumida de atacar o Poder Judiciário, é voltar-nos ao estado anterior do desenvolvimento político, ao período do Estado Absolutista, chamado de partido único. Lembrem-se de que é justamente na Assembleia que se fazem as leis.
Reparem que a “separação de poderes” é um princípio do Estado liberal, moderno, que se firma nos três poderes que formam o Estado (legislativo, executivo e judiciário), para evitar que o poder se concentre nas mão de uma única pessoa. Esses poderes actuam de forma separada, independente e harmónico, sendo suas características, uno, indivisível e não se delega. O que equivale dizer que remar contra um desses poderes afigura-se impossível. E quem se aventurar no sentido contrário estará a atacar o Estado no seu todo, à sua matriz.
Nada justifica esta ofensiva do actual Primeiro-ministro contra o Poder Judiciário. Ele é também deputado à nação. Eles é que fazem as leis e por isso só têm que as respeitar e cumprir. Se os deputados caírem na politiquice de atacar o Poder Judiciário o edifício do Estado desmoronará, de vez, na Guiné-Bissau. Por isso exortamos, também, aos responsáveis ou membros do Governo, ou de outro órgão de soberania da nossa terra, sobre os quais recaem fortes indícios da prática de crimes ou acusações fundadas a colocarem-se às instâncias judiciais para prestar informações necessárias ao apuramento da verdade.