Ouagadougou (Burkina Faso) - O antigo chefe da junta da Guiné Conakry, Moussa Dadis Camara(Foto), negou a sua implicação no massacre do estádio de Conakry em 2009, mas reconhece a sua “responsabilidade moral”, disse nesta terça-feira o seu advogado Jean-Baptiste Jocamey Haba.
Camara foi interrogado segunda-feira em Ouagadougou pelos magistrados guineenses que investigam os massacres ocorridos naquele dia, em Conakry.
"No que concerne a responsabilidade penal, ela é pessoal e individual. No caso concreto do procedimento, ele disse que não reconhece os factos”, disse o advogado de Dadis Camara, Jean-Baptiste Jocamey Haba.
O defensor sublinhou quando foi interrogado pelos jornalistas que ele insistiu no que ele sempre disse, não reconhece a sua culpabilidade pelos factos.
Realçou que ele inculpado pela sua “responsabilidade de comando”, segundo o seu advogado, Moussa Dadis Camara ao contrário reconhece a sua "reconheceu a sua responsabilidade moral", "à imagem de um pai de família que responde pelos actos dos seus filhos”, porquanto na altura dos factos era o chefe de Estado e comandante-em-chefe dos exércitos no momento dos factos, revelou Haba.
O capitão Camara, exilado no Burkina Faso desde 2010, foi acusado no dia 08 de Julho deste ano pela Ouagadougou para a "cumplicidade de assassinatos, sequestros, violação, golpes e ferimentos" por três magistrados guineenses que investigam sobre o massacre sobre de pelo menos 157 opositores, perpetrados a 28 Setembro de 2009 quando era chefe da junta militar no poder.
Esses magistrados interrogaram-lhe pela primeira vez sobre o fundo da questão, segunda-feira, durante uma longa audição que decorreu das 9H00 a 20H00 (locais e GMT), noticia a AFP.
No dia 28 Setembro de 2009, as forças de defesa e segurança abateram, a bala e a punhalada opositores do regime militar reunidos no estádio de Conakry para reclamar que o então auto-proclamado presidente desde Dezembro de 2008, capitão Dadis Camara, que se apresentasse às presidenciais.
Pelo menos 157 pessoas tinham sido mortos ou desaparecidos desde então, segundo um relatório da Comissão Internacional do Inquérito da ONU, qui avait conclu à la "responsabilité pénale individuelle" de plusieurs cadres de la junte, dont Dadis Camara.
Segundo a mesma fonte, pelo menos 109 mulheres tinha sido violadas nesse estádio e nos arredores do mesmo recinto.
Moussa Dadis Camara anunciou em Maio deste ano a sua intenção de se apresentar as eleições presidenciais de Outubro próximo na Guiné. O chefe da oposição Cellou Dalein Diallo, com quem fez aliança, denunciou a "instrumentalização da justiça". Fonte: Aqui