Um ano depois da sua tomada de posse, tudo indica que o Governo de Domingos Simões Pereira tem os dias contados. Era expectável que isso acontecesse, na medida em que o seu desempenho não correspondeu minimamente as expectativas e mesmo os que nele apostavam, se sentiram profundamente defraudados e hoje apelam a sua demissão, pelas seguintes razões:
Na qualidade de Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira nunca manifestou interesse em estabelecer relações institucionais saudaveis com os representantes dos demais Órgãos de Soberania, sobretudo com o Presidente da República, hipotecando por conseguinte quaisquer hipoteses de entendimento, cooperação e imprescindível articulação, para assegurar uma governação tranquila e de responsabilidade partilhada. Em vez disso Domingos Simões Pereira criou um bloque (progresso nacional), com o objectivo de macular a imagem do Chefe de Estado, fomentando permanentes especulações e falsidades que visam desestabilizar o País e convencer a opinião pública das intenções do Presidente da República de derrubar o Governo - apresentando-o por conseguinte como o principal desestabilizador da situação no País;
Ignorando tudo e todos, Domingos Simões Pereira assumiu sozinho a responsabilidade pela formação do Governo e consequentemente pelo seu desempenho. Um ano depois da sua formação, o prometido Governo de Excelência, transformou-se em GOVERNO DE PELINTRAS, LADRÕES, DELINQUENTES, RATAZANAS, INDICIADOS, ACUSADOS E CONDENADOS – neste caso, o Primeiro-ministro devia colocar o seu lugar a disposição do Presidente da República e não envolver estrangeiros na resolução de um problema cuja solução depende somente da nossa capacidade e vontade de dialogar com respeito e honestidade;
Revelando um desprezo sem precedentes pelo princípio da partilha do poder, consagrado na nossa Constituição, Domingos Simões Pereira permitiu-se o luxo de pressionar, desafiar e pôr em causa a boa imagem do Poder Judicial, questionar a sua parcialidade e objectividade, identificando-se com os membros do seu Governo, indiciados por crimes de corrupção activa. UMA ATITUDE VERGONHOSA E INACEITÁVEL PARA UM CHEFE DE GOVERNO;
Um ano depois de assumir o Poder como Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira não concretizar apromessa mais elementar que fez ao noso povo: GARANTIR A PAZ E A ESTABILIDADE SOCIOPOLÍTICA, porque decidiu declarar uma guerra sem tréguas ao Presidente da República, tornando impossivel a criação dum espaço de diálogo construtivo entrte eles. E pergunta-se:
Prezados irmãos guineenses, tendo em conta o estado em que as coisas chegaram, relativamente as relações entre o Presidente da República e o Primeiro-ministro, consideram possivel uma futura coabitação pessoal e institucional entre eles?
Consideram ainda que devemos continuar a insistir na manutenção deste Primeiro-ministro, mesmo sabendo que a sua continuidade só contribuirá para agravar ainda mais a tensão política no nosso País e a sua consequente estagnação económica, ou seja adiar mais uma vez a implementação dos nossos projectos de dsenvolvimento?
Tendo em conta a desastrosa situação política que se vive no nosso País e em que o Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira é o único culpado, consideram que ele é tão insubstituível ao ponto de sairmos à rua para manifestar contra a sua demissão, mesmo sabendo que o seu afastamento não constitui um Golpe de Estado e nem sequer um acto de violação constitucional?
APELO: faço aqui um apelo à todos os guineenses para aceitarem a decisão do presidente da república, relativamente ao afastamento do Primeiro-ministro, porque é a única forma de ultrapassarmos a tensão politica e garatirmos a Paz e a Estabilidade necessárias para construirmos o nosso futuro.
Bem haja a Guiné-Bissau e o nosso povo!