quarta-feira, 30 de maio de 2018

ACORDO DE CONACRY E/OU LOMÉ E SEUS NABOS MORTOS.

Por: Ussumane Grifom Camará, via facebook

Com a investidura de atual executivo saído do consenso em Lomé, um desenho feito à luz do insustentável "consenso" de Conacry, todos os restantes pontos tornaram-se nabos mortos. A Assembleia Nacional Popular bloqueada há três anos numa clara afronta ao Estado do Direito e um aberrante insulto a democracia se apressou a reunir para prolongar a legislatura e agora agenda-se a discussão é consequentemente aprovação de regalias e mordomias vitalícias aos titulares dos cargos políticos e nada se fala da revisão constitucional; da lei quadro dos partidos políticos, lei eleitoral, estatuto de deputados entre outras legislações importantes no quadro da reforma institucional que se pretende. Sem falar da reintegração do G15 como condição para a efetiva estabilização do país. Perante essa aberração toda a sociedade guineense se mantém passiva assim como a própria CEDEAO que patrocinou o acordo.

Entretanto, a tensão que se vive com relação ao processo eleitoral nomeadamente o recenseamento/impressão dos cartões de eleitor e que envolve os dois principais partidos políticos é sem dúvida a confirmação de que os "acordos" compraram as partilhas das pastas governamentais e não a paz e a estabilidade, condições indispensáveis para que a eleição decorra num clima saudável e consequentemente um pós-eleitoral sem sobressaltos.
Outrossim, talvez sem perceber, dão-nos à cada dia mais certeza de que não são a saída de que o país necessita porém não representam nossas inspirações de construir, na Guiné-Bissau, uma sociedade que preze pelos valores da paz e que sonha por uma nação onde é possível viver e ser feliz. Como disse, voltar a confiar nosso destino a essa gente, de novo, seria hipotecar mais uma vez o progresso do nosso país à pessoas que já deram provas de incompetências, desonestidade política e intelectual; pessoas que introduziram a corrupção, o facilitalismo, o nepotismo, a violência gratuita e a impunidade na Guiné-Bissau. Enfim...