O ex-primeiro-ministro guineense, General Umaro Sissoco Embaló, anunciou na noite desta terça-feira, 15 de maio, a possibilidade de concorrer às eleições presidências de 2019, porque diz ter “condições para servir melhor o país do que muitos Presidentes que a Guiné-Bissau já teve”.
Sissoco, que desempenha agora a função do vice-presidente do Fundo Soberano de Brunei [um país asiático dirigido por um sistema de monarquia], falava à imprensa depois da sua chegada ao aeroporto internacional Osvaldo Vieira, vindo de Londres (Inglaterra).
Depois do Presidente José Mário Vaz ter aceite o seu pedido de demissão, acabando por exonerá-lo a 16 de dezembro 2017, Sissoco deixou o país e foi trabalhar para o Sultão de Brunei, como vice-presidente do Fundo Soberano daquele país asiático e Conselheiro para Assuntos da África e Médio Oriente.
Em declarações aos jornalistas, Sissoco Embaló disse que vai estar no país por apenas cinco dias a fim de passar os primeiros dias do mês de junjum com a sua mãe e aproveitar a oportunidade para visitar os titulares de órgãos públicos.
Aproveitou a ocasião para criticar duramente aquele que considera da fragilidade dos políticos guineenses que permitiram à CEDEAO gerir o país ao ponto de tomar decisões de quem pode ou não participar no executivo.
“Não é digno que um país Soberano seja administrado por uma organização sub-regional, gerido sob tutela. Não é que vão pôr estrangeiros a governar. Mas são instruções em como se deve trabalhar e isso é lamentável. A nomeação de Aristides Gomes vem no comunicado da reunião dos Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO, portanto é a primeira vez na história desta organização. E isso significa que a Guiné-Bissau está sob a tutela da CEDEAO”, lamentou o antigo primeiro-ministro ao microfones do Jornal O Democrata.
Solicitado a pronunciar-se sobre a marcação da data das eleições legislativas para o mês de Novembro do ano em curso, disse que tem confiança na capacidade do Primeiro-ministro, Aristides Gomes que, segundo ele, deve trabalhar afincadamente para cumprir a missão que lhe foi incumbida. No entanto, advertiu às partes envolvidas no processo a colaborarem a fim de evitar que haja situações que possam levar o país de novo à crise.
Interrogado sobre a possibilidade de apresentar-se como candidato às eleições presidências de 2019, Sissoco reconhece que diz-se muitas coisas a volta da sua pessoa, contudo, assegurou que é cidadão guineense e tem o direito de candidatar-se às presidenciais como qualquer outro cidadão.
“Tenho condições de ser o Presidente da República da Guiné-Bissau e ser ainda melhor de que vários outros que o país já conheceu. Para já não vou desmentir e nem afirmar”, assegurou.
Embaló mostrou-se ainda disponível para aconselhar os titulares de órgãos públicos guineense, a semelhança daquilo que faz noutros países a nível do continente africano, como também um pouco por todo o mundo.
Sobre as sanções aplicadas pela CEDEAO aos políticos guineenses e personalidades individuais, Sissoco voltou a criticar a decisão daquela organização sub-regional que considera de uma brincadeira. Acrescentou ainda que abordou o assunto com vários Chefes do Estado que fazem parte daquela organização e incluindo o próprio mediador, Presidente Alpha Conde, da Guiné-Conacri.
Por: Assana Sambú