terça-feira, 22 de maio de 2018

CAMPANHA DE CAJU NA GUINÉ-BISSAU LONGE DAS EXPETATIVAS, GOVERNO QUER ACABAR COM BARREIRAS

O primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, disse que a campanha de caju na Guiné-Bissau está longe das expetativas, mas que o Governo está a tentar acabar com "barreiras ilegais" para que entre em velocidade de cruzeiro.

"A campanha de caju deste ano foi, digamos, um ponto de 'handicap' em relação às finanças públicas. No período homólogo do ano passado, nós tínhamos umas receitas extraordinárias", salientou.

Aristides Gomes explicou que no atual período, segundo os cálculos, o "Estado já poderia ter cerca de 14 biliões (de francos cfa, cerca de 21 milhões de euros) de rendimentos se a campanha tivesse começado a tempo".

"Começámos muito tarde e estamos a ver se se adquire a sua velocidade de cruzeiro", disse.
O primeiro-ministro explicou também que o Governo está a fazer um levantamento de todas as barreiras não tarifárias, que "decorrem das fraquezas do Estado da Guiné-Bissau".

"A polícia tem a sua barreira não tarifária, vários setores, barreiras informais que existem no país. Estamos a trabalhar para eliminar todas essas barreiras para que os operadores possam trabalhar tranquilamente e em condições de legalidade perfeita", salientou.

Segundo o primeiro-ministro, o preço anunciado em março pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, de 1000 francos cfa (cerca de 1,5 euros) por quilograma de castanha de caju é um preço de referência.

"Nós fizemos a esse propósito uma interpretação legal. Houve uma tendência no seio da nossa sociedade em como o preço que é apresentado é obrigatório, mas é de referência", afirmou, sublinhando que cada um pode estabelecer o preço que quiser para vender o seu produto.

Ao Governo, segundo Aristides Gomes, cabe a limpeza de obstáculos "eventuais e ilegais que possam estar no caminho desse processo".

O crescimento económico da Guiné-Bissau está suportado na campanha da castanha de caju.

O Fundo Monetário Internacional tem alertado as autoridades guineenses para a necessidade de diversificar a economia, demasiado dependente daquele fruto.

Fonte: https://www.dn.pt