A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), pediu o executivo liderado por Aristides Gomes, a cumprir com o dever de fazer justiça salarial no país, honrando todos os pontos constantes do memorando de entendimento assinado.
A posição foi assumida esta terça-feira, 22 de maio 2018, pelo Vice Secretário da UNTG, Alberto Djata, durante uma conferência de imprensa realizada na sede da UNTG em Bissau. Na ocasião, Djata disse que nenhum servidor público guineense consegue “sobreviver com magro salário” que recebe enquanto os políticos continuam a aumentar o nível de luxo quotidianamente.
Exortou ao governo no sentido priorizar o diálogo em vez de perder tempo com bloqueio que em nada influenciará a determinação da Central Sindical.
O dirigente sindical afirmou que os trabalhadores guineenses não são ignorantes e aconselha ao actual Primeiro-Ministro e Ministro da Função Pública no sentido de “se absterem da velha táctica maquiavélica de retaliação e bloqueio de fundos garantidos a nível da Constituição e da Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho e lei número 8/91 de 3 de Outubro sobre a liberdade sindical.
“Só quem não vive na Guiné-Bissau pode ser enganado pelos políticos sobre o drama de sofrimento dos servidores públicos e trabalhadores em geral. A diferença salarial existente entre titulares de cargos públicos e simples agente administrativo é abismal. Na lógica dos políticos guineenses, o Estado existe apenas para criar bem-estar dos titulares de órgãos de soberania e políticos”, lamentou Alberto Djata.
Por outro lado, o vice Secretário da UNTG questionou Aristides Gomes em como pretende limitar as suas responsabilidades enquanto Chefe do governo face ao cumprimento do artigo 100 da Constituição da República. Do chefe do executivo, Aristides Gomes, e demais membros do governo, o sindicalista quer saber se vão abdicar-se do 50 por cento de subsídios de luxo que recebem.
“A UNTG, iniciou essa luta porque os políticos guineenses não têm demonstrado ao longo de décadas o sentido de Estado, não respeitam os servidores públicos, não cumprem leis e decretos em vigor no país e quando se trata da promoção de direitos laborais, os políticos desconhecem o princípio da legalidade, por isso é que assinam acordos, memorandos, adendas e não cumprem porque estão mais preocupados com seus luxos enquanto políticos”, rematou Alberto Djata.
O responsável sindical guineense, advertiu neste particular que apesar de o atual Primeiro-Ministro ter quase dezenas de conselheiros no seu gabinete, não deve limitar-se a esbanjar erário público, sem explorar o conhecimento técnico e jurídico do assessor nesta área.
Alberto Djata, assegurou que o decreto número 1/2017 de 25 de janeiro deve imperativamente ser aplicado no seu todo pelo governo da Guiné-Bissau e não parcialmente. Acrescentou que a consequência de controlo financeiro iniciado com base nesse decreto deve repercutir na situação salarial de todos os trabalhadores públicos e não nas contas bancarias dos partidos políticos que convergem no atual governo.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: AA