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A ONG Equality Now -Igualdade Agora, (EN na sigla em inglês), com sede nos Estados Unidos, o Instituto para os Direitos Humanos e Desenvolvimento em África (IHRDA), com sede na Gâmbia, e outras organizações, submeteram o caso ao tribunal da CEDEAO em Abuja.
Segundo a EN, o caso exige o levantamento desta decisão do governo da Serra Leoa. A medida está em vigor desde 2015, e o governo justifica-a dizendo que as raparigas grávidas são uma má influência para as suas colegas.
Segundo a EN, o caso exige o levantamento desta decisão do governo da Serra Leoa. A medida está em vigor desde 2015, e o governo justifica-a dizendo que as raparigas grávidas são uma má influência para as suas colegas.
“A EN e parceiros querem o estado e actores não estatais a advogar o levantamento desta decisão. Infelizmente, os esforços têm sido infrutíferos e a violação dos direitos das raparigas à educação continuam a ser violados, daí a necessidade de o assunto ser litigado em tribunal,” disse a EN em comunicado.
Em Abril de 2015 – precisamente na altura em que o país iniciava a era pós-Ebola, o Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia emitiu um comunicado banindo raparigas grávidas de frequentar as aulas ou fazer exames.
Segundo as estatísticas do país, uma em cada três mulheres grávidas é adolescente. Em resposta a pressões internacionais em relação a estas controversas medidas de exclusão, o governo foi obrigado a criar escolas especiais para raparigas grávidas.
De acordo com um relatório de Dezembro de 2017, raparigas grávidas podem continuar a sua educação, seguindo um programa muito ligeiro, e separadas de outras adolescentes. Mas jovens do sexo masculino não são abrangidos.
Na altura, o governo disse que a iniciativa foi um sucesso: 5.000 das 14.000 raparigas matriculadas nestas escolas especiais eventualmente regressaram às escolas regulares depois da gravidez. Mas cerca de dois terços delas ficaram permanentemente excluídas do sistema de ensino.
“Não é por estas meninas terem engravidado que têm que interromper a sua educação. Isso está muito claro, e dissemo-lo ao Ministro da Educação: Queremos que estas meninas recebam educação, e que não sejam discriminadas, mas o governo não permite isso,” disse Wongani Taulo, chefe do departamento de educação no UNICEF.
A educação sexual não existe na Serra Leoa. E mesmo soluções temporárias estão sob ameaça: o governo diz não ter dinheiro suficiente para continuar a financiar estes cursos. Isto arriscar a condenar milhares de adolescentes a abandonar a escola por completo.
Fonte: Angop
Foto: internet