sábado, 24 de janeiro de 2015

CANDIDATO INDEQUI AFASTADO DA CORRIDA ELEITORAL DECIDE APOIAR BASÍLIO SANCA

 
O Advogado Roberto Indequi(Esq.), que liderava a lista A, à presidência da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau está definitivamente fora da corrida por decisão da Mesa da Assembleia-geral e decidiu apoiar o candidato Basílio Sanca(Dir.).

 Esta manhã, em conferência de imprensa para reagir sobre a deliberação, Roberto Indequi disse ter aceite a medida, mas criticou fortemente a postura assumida pela candidata Ruth Monteiro, acusando-a de “badalar a Ordem na praça pública”.
 
No entendimento do Roberto Indequi, a ordem não devia ser tratada de tal maneira, por ser uma instituição que custou vidas de alguns colegas, sem no entanto especificar em que circunstâncias.

 O advogado defende que quem quer ser Bastonário deve, em princípio, merecer a confiança dos colegas, ou seja, dos pares e não por vias obscuras ou caminhos ilícitos.
“A liderança se constrói atendendo o percurso de cada cidadão. Não se consegue no ato de votação. Ela se atinge rigorosamente construindo a personalidade que culmina com o ato de votação”, explica Roberto Indequi.
 
A decisão definitiva da mesa da Assembleia-geral do órgão foi tornada pública a 21 de Janeiro dando sem feito a reclamação do Roberto Indequi enviada ao referido órgão.
Na mesma deliberação, a mesa da Assembleia-geral da Ordem dos Advogados valida a decisão da Comissão Eleitoral da Ordem que, decidira afastar em definitivo o advogado Roberto Indequi da disputa.
 
Sobre esta deliberação, o líder da lista A, agora fora da corrida, revela que tem sido recorrente candidatos pagarem quotas na Ordem aos advogados que não estejam financeiramente em condições de pôr em dia as suas contribuições. Na sua opinião, a decisão do seu afastamento foi tomada apenas contra a sua equipa.
 
Reconheceu ter pago quotas em falta a dezassete advogados estagiários e quatro outros em efetividade, alegando que nas leis disponíveis na Ordem não há pelo menos uma única disposição que proíba pagar quotas aos advogados. “Portanto sendo a lei omissa nesta matéria não há proibição legal”, notou.
 
Indequi disse ter ficado indignado com a deliberação da mesa da Assembleia-geral da Ordem dos Advogados e da Comissão Eleitoral do mesmo órgão sem fundamentos legais alegando valores morais, étnicos e da deontologia profissional, que no entendimento do ex-candidato, deviam ser positivados em alguma disposição legal (nos estatutos ou no regulamento eleitoral).

“É inconcebível uma comissão eleitoral e uma mesa da Assembleia-geral da Ordem constituídas de juristas a tomarem decisões à margem da lei”, lamentou.
Criticou igualmente o Tribunal Regional de Bissau que, segundo disse, terá alegado que a Comissão Eleitoral constituída pela Ordem não tem personalidade jurídica para ser demandada.
 
“Devo dizer que a Ordem tem a personalidade jurídica legalmente reconhecida. É essa Ordem, através da sua Assembleia-geral que criou a Comissão Eleitoral para monitorizar o processo. Portanto, a Comissão Eleitoral não precisava de se legalizar no cartório para adquirir a personalidade jurídica”, esclareceu.
 
O ex-candidato à liderança da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau apelou a todos seus apoiantes a votarem em massa amanhã no candidato Basílio Sanca.
 
REAÇÃO DA CANDIDATA RUTH MONTEIRO
 
Em reação às acusações de Indequi, Ruth Monteiro, líder da lista B avança que as alegações do candidato afastado não correspondem à verdade e afirma que enquanto defensora da legalidade e coerência não podia compactuar com “situações de crime”.
 
Ruth Monteiro refere que deliberação que afastou Roberto Indequi da corrida não é sua mas sim da mesa da Assembleia-geral e da Comissão Eleitoral do mesmo órgão, que depois de averiguarem a situação de pagamento das quotas, detetou que havia comprovativo de que Roberto Indequi tinha pago quotas a vários advogados e advogados estagiários.
 
Lembramos que as eleições na Ordem dos Advogados tinham sido marcadas para passado dia dez de Janeiro, mas devido as denúncias de alegadas compras de consciência apresentadas junto à mesa da Assembleia-geral e da comissão eleitoral, por uma das candidaturas adversárias na corrida, os dois órgãos decidiram adiar o escrutínio para vinte e quatro deste mês, já amanhã.
 
Por: Filomeno Sambú