O Líder do Movimento Patriótico, José Paulo Domingos Semedo, defendeu quinta-feira, 16 de Julho, a necessidade de uma remodelação no governo liderado por Domingos Simões Pereira. O político fez esta declaração depois de um encontro com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá.
Semedo sustentou a sua posição sublinhando que a própria ANP deixou espaço para isso quando aprovou a moção da confiança apresentada pelo Governo aos deputados.
“A Assembleia Nacional Popular concorda com a continuidade do Governo, mas ao mesmo tempo encoraja o Executivo a proceder mudanças nas algumas cadeiras dos seus membros”,disse.
Para José Paulo Domingos Semedo, o Governo não deve compactuar com pessoas cuja idoneidade moral está a ser posta em causa e que ainda não se apareceram à justiça para esclarecer seu eventual envolvimento ou não nas práticas que estão sendo acusados.
“Quando o Ministério Público chama atenção e apresenta os indiciários suficientes, nós somos da opinião que esses membros cidadãos devem responder”, defendeu, encorajando ao Primeiro-ministro a se livrar destes membros da sua equipa e lançar novos elementos remodelando e limpando a imagem do Governo.
José Paulo Domingos Semedo deixa ainda claro que o Movimento Patriótico, partido que lidera, não vai fazer parte de nenhum eventual Governo remodelado.
O líder do Movimento Patriótico entende que não se pode estar no governo e ao mesmo tempo a fazer a oposição “como faz o PRS”.
Segundo José Paulo Semedo, a sua formação política decidiu estar na oposição por duas razões: primeiro, porque o partido precisa de crescer e amadurecer-se. Segundo, disse que viu um lugar vazio e uma voz contrária às coisas que não coadunam com o bem-estar do país, por isso vai continuar na oposição para apresentar, sempre que necessário, as alternativas à governação.
Falando de uma eventual Revisão da Constituição, o Movimento Patriótico reconhece que algo tem de ser esclarecido na Constituição, mas antes é preciso um debate mais alargado que envolva toda a sociedade.
Falando relativamente às divergências entre dirigentes dos órgãos da soberania, José Paulo Semedo refere que em nenhum momento o seu partido conservou o silêncio.
Neste sentido, o político alerta que qualquer dinâmica governativa traz e potencia consigo conflitos e os conflitos que surgem por causa da dinâmica da governação devem ser bem geridos e entendidos como saudáveis para não provocar a cumplicidade entre os órgãos da soberania.
“Não deve haver a cumplicidade entre os órgãos da soberania só para manter uma pertença paz. Uma das razões de levantamento desses conflitos é que o Presidente da República acaba fazendo o papel reservado à oposição, que devia estar à altura e ao ponto de chamar atenção às irregularidades que estão sendo registadas na governação, mas essa oposição não tem expressão”, lamenta.
Para José Paulo Semedo, os partidos que têm o conhecimento dos factos resolveram embarcar-se todos na onda da governação e os partidos que ficaram para fazer a oposição são partidos “ muito residuais” sem informações, porque não estão envolvidos na espera do poder para estar à altura de fazer uma oposição mais consequente à governação.
Por: Filomeno Sambú